Belém está caminhando para completar 400 anos, o que ocorrerá em 12 de janeiro de 2016. Mesmo estando entre as capitais mais antigas do Brasil, o seu centro histórico só ganha notoriedade por ocasião do aniversário, transformando-se em cenário principal das comemorações e da cobertura jornalística. Ao longo do ano, o bairro Cidade Velha é pouco lembrado, assim como são escassas as iniciativas para resgatar e conservar a memória do lugar.
Para reaver a memória socioespacial do centro histórico da capital paraense, o Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo (GGEOTUR) da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) criou o Projeto de Extensão “Roteiro Geoturístico no bairro Cidade Velha – conhecendo o centro histórico de Belém”.
“Os turistas que vêm a Belém não têm uma boa opção de roteiro para conhecer o centro histórico, na Cidade Velha. Os próprios moradores do bairro e de outros locais da cidade pouco conhecem o lugar. Nenhuma agência de turismo oferece um percurso a pé pelas ruas do bairro. Ao percebermos essa lacuna e o potencial da Cidade Velha para o desenvolvimento do turismo patrimonial e histórico, avaliamos que seria pertinente a criação do projeto, pois atenderíamos os turistas, os estudantes, a comunidade local e o público em geral”, diz a coordenadora do Projeto de Extensão e professora da Faculdade de Geografia da UFPA, Maria Goretti Tavares.
O projeto, concebido essencialmente para desenvolver turismo de base comunitária, começou a ser elaborado pelo GGEOTUR em 2009. Para a implementação da iniciativa, foi montada uma equipe de trabalho.
PESQUISA
Com a equipe pronta, a próxima etapa foi de pesquisa bibliográfica e documental, o que aconteceu a partir de maio de 2010, sob responsabilidade dos bolsistas de extensão. Para isso, foram consultados artigos científicos, dissertações e teses. Segundo a coordenadora, a intenção era sistematizar as informações colhidas sobre o centro histórico e usá-las para a produção de pequenos textos, que serviriam de base para as falas dos integrantes ao longo do roteiro.
A partir das informações reunidas, a equipe definiu o trajeto que seria percorrido. O roteiro sempre inicia em frente ao Forte do Castelo. Goretti Tavares explica os motivos pelos quais a cidade “nasceu” ali. “Utilizamos elementos da Geografia, da Geopolítica, da História, da Arquitetura e a ressignificação do turismo, neste caso, o de base comunitária, para entendermos a complexidade da formação do centro histórico. Desta forma, podemos compreender, por exemplo, o motivo da existência do Forte do Castelo, que foi uma das estratégias utilizadas pelos portugueses para a ocupação do que hoje entendemos por Amazônia”.
A primeira edição do roteiro geoturístico foi realizada em 12 de janeiro de 2011. A escolha da data não foi aleatória, já que se tratava do aniversário de 395 anos de Belém. Os pontos visitados no roteiro de estreia foram mantidos nas edições subsequentes.
Desde então, o roteiro vem sendo realizado a cada 15 dias, aos sábados, com saída às 8h, seguindo, basicamente, o mesmo caminho. Após cada edição do roteiro, a equipe se reúne para avaliar a atividade. Nesse momento, é levada em consideração a ficha de avaliação preenchida pelos participantes. O documento é considerado como um termômetro do trabalho desenvolvido. “Esta ficha contém críticas, observações, sugestões e dicas dos participantes e nos ajuda a melhorar o roteiro. Dependendo da viabilidade, podemos incluir outros pontos no passeio e mudar detalhes da programação. É muito importante essa avaliação de quem participa”.
OBJETIVO
Outro objetivo do projeto é chamar a atenção do poder público para o cumprimento de suas competências administrativas. “É preciso provocar o poder público para que se cuide, por exemplo, da arquitetura dos prédios antigos e da limpeza da cidade. Como queremos que o turista venha a Belém se a cidade não for bem administrada e considerada um lugar agradável por esse visitante?”, pondera Goretti.
A professora destaca, ainda, que a iniciativa pode contribuir para o desenvolvimento local (econômico e social), hoje, carente de ações voltadas ao turismo. Para manter-se em atividade, o projeto depende de recursos financeiros. Atualmente, são parceiros a UFPA - por meio da Pró-Reitora de Extensão, a Paratur e a Secretaria Municipal de Turismo (Belemtur). Para junho, é possível que o roteiro inclua o Ver-o-Peso e, para o segundo semestre, estão previstas edições nos bairros Reduto e Campina.
“Com o decorrer das atividades, recebemos o retorno do nível de satisfação dos participantes, que se mostram entusiasmados com o roteiro. Um dos comentários mais comuns é sobre o ineditismo da iniciativa. Isso nos motiva a tentar melhorar ainda mais. Outro ponto importante é a aproximação dos estudantes envolvidos com o objeto de estudo, no caso, o centro histórico na Cidade Velha”.
EQUIPE DE TRABALHO
Além da coordenadora Goretti Tavares, integra o projeto quatro estudantes da Graduação de Geografia – com bolsas da Pró-Reitoria de Extensão –, uma técnica da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), um docente do Campus de Marabá, um aluno do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA e, mais recentemente, três estudantes da Escola de Aplicação da Universidade, contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Ensino Médio (Pibic-EM).
ROTEIRO
Forte do Castelo, Feira do Açaí, praça Frei Caetano Brandão, Igreja da Sé, rua Siqueira Mendes (antiga rua do Norte, 1ª rua de Belém), Casa Rosada, Fábrica do Guaraná Soberano, Praça e Igreja do Carmo, rua Joaquim Távora, Largo e Igreja de São João, rua Tomázia Perdigão, Palácio do Governo, Prefeitura (onde também funciona o Museu de Arte de Belém), praça Dom Pedro II, Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Praça do Relógio e Museu do Círio.
COMO PARTICIPAR
O público é composto por 30 pessoas, em média. São estudantes, professores, moradores da Cidade Velha e de outros bairros, além de turistas. Os interessados podem se inscrever por e-mail (roteirosgeoturisticos @gmail.com) ou comparecer no dia marcado, no local de saída do roteiro. Uma vez cadastrado, o participante receberá a ficha de avaliação e informações sobre as próximas edições. (Ascom/UFPA)
Para reaver a memória socioespacial do centro histórico da capital paraense, o Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo (GGEOTUR) da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) criou o Projeto de Extensão “Roteiro Geoturístico no bairro Cidade Velha – conhecendo o centro histórico de Belém”.
“Os turistas que vêm a Belém não têm uma boa opção de roteiro para conhecer o centro histórico, na Cidade Velha. Os próprios moradores do bairro e de outros locais da cidade pouco conhecem o lugar. Nenhuma agência de turismo oferece um percurso a pé pelas ruas do bairro. Ao percebermos essa lacuna e o potencial da Cidade Velha para o desenvolvimento do turismo patrimonial e histórico, avaliamos que seria pertinente a criação do projeto, pois atenderíamos os turistas, os estudantes, a comunidade local e o público em geral”, diz a coordenadora do Projeto de Extensão e professora da Faculdade de Geografia da UFPA, Maria Goretti Tavares.
O projeto, concebido essencialmente para desenvolver turismo de base comunitária, começou a ser elaborado pelo GGEOTUR em 2009. Para a implementação da iniciativa, foi montada uma equipe de trabalho.
PESQUISA
Com a equipe pronta, a próxima etapa foi de pesquisa bibliográfica e documental, o que aconteceu a partir de maio de 2010, sob responsabilidade dos bolsistas de extensão. Para isso, foram consultados artigos científicos, dissertações e teses. Segundo a coordenadora, a intenção era sistematizar as informações colhidas sobre o centro histórico e usá-las para a produção de pequenos textos, que serviriam de base para as falas dos integrantes ao longo do roteiro.
A partir das informações reunidas, a equipe definiu o trajeto que seria percorrido. O roteiro sempre inicia em frente ao Forte do Castelo. Goretti Tavares explica os motivos pelos quais a cidade “nasceu” ali. “Utilizamos elementos da Geografia, da Geopolítica, da História, da Arquitetura e a ressignificação do turismo, neste caso, o de base comunitária, para entendermos a complexidade da formação do centro histórico. Desta forma, podemos compreender, por exemplo, o motivo da existência do Forte do Castelo, que foi uma das estratégias utilizadas pelos portugueses para a ocupação do que hoje entendemos por Amazônia”.
A primeira edição do roteiro geoturístico foi realizada em 12 de janeiro de 2011. A escolha da data não foi aleatória, já que se tratava do aniversário de 395 anos de Belém. Os pontos visitados no roteiro de estreia foram mantidos nas edições subsequentes.
Desde então, o roteiro vem sendo realizado a cada 15 dias, aos sábados, com saída às 8h, seguindo, basicamente, o mesmo caminho. Após cada edição do roteiro, a equipe se reúne para avaliar a atividade. Nesse momento, é levada em consideração a ficha de avaliação preenchida pelos participantes. O documento é considerado como um termômetro do trabalho desenvolvido. “Esta ficha contém críticas, observações, sugestões e dicas dos participantes e nos ajuda a melhorar o roteiro. Dependendo da viabilidade, podemos incluir outros pontos no passeio e mudar detalhes da programação. É muito importante essa avaliação de quem participa”.
OBJETIVO
Outro objetivo do projeto é chamar a atenção do poder público para o cumprimento de suas competências administrativas. “É preciso provocar o poder público para que se cuide, por exemplo, da arquitetura dos prédios antigos e da limpeza da cidade. Como queremos que o turista venha a Belém se a cidade não for bem administrada e considerada um lugar agradável por esse visitante?”, pondera Goretti.
A professora destaca, ainda, que a iniciativa pode contribuir para o desenvolvimento local (econômico e social), hoje, carente de ações voltadas ao turismo. Para manter-se em atividade, o projeto depende de recursos financeiros. Atualmente, são parceiros a UFPA - por meio da Pró-Reitora de Extensão, a Paratur e a Secretaria Municipal de Turismo (Belemtur). Para junho, é possível que o roteiro inclua o Ver-o-Peso e, para o segundo semestre, estão previstas edições nos bairros Reduto e Campina.
“Com o decorrer das atividades, recebemos o retorno do nível de satisfação dos participantes, que se mostram entusiasmados com o roteiro. Um dos comentários mais comuns é sobre o ineditismo da iniciativa. Isso nos motiva a tentar melhorar ainda mais. Outro ponto importante é a aproximação dos estudantes envolvidos com o objeto de estudo, no caso, o centro histórico na Cidade Velha”.
EQUIPE DE TRABALHO
Além da coordenadora Goretti Tavares, integra o projeto quatro estudantes da Graduação de Geografia – com bolsas da Pró-Reitoria de Extensão –, uma técnica da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), um docente do Campus de Marabá, um aluno do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA e, mais recentemente, três estudantes da Escola de Aplicação da Universidade, contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Ensino Médio (Pibic-EM).
ROTEIRO
Forte do Castelo, Feira do Açaí, praça Frei Caetano Brandão, Igreja da Sé, rua Siqueira Mendes (antiga rua do Norte, 1ª rua de Belém), Casa Rosada, Fábrica do Guaraná Soberano, Praça e Igreja do Carmo, rua Joaquim Távora, Largo e Igreja de São João, rua Tomázia Perdigão, Palácio do Governo, Prefeitura (onde também funciona o Museu de Arte de Belém), praça Dom Pedro II, Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Praça do Relógio e Museu do Círio.
COMO PARTICIPAR
O público é composto por 30 pessoas, em média. São estudantes, professores, moradores da Cidade Velha e de outros bairros, além de turistas. Os interessados podem se inscrever por e-mail (roteirosgeoturisticos @gmail.com) ou comparecer no dia marcado, no local de saída do roteiro. Uma vez cadastrado, o participante receberá a ficha de avaliação e informações sobre as próximas edições. (Ascom/UFPA)
Fonte: www.diarioonline.com.br 30/05/2011