Pesquisa aponta potencial patrimonial e turístico dos prédios históricos do Parque Zoobotânico
Agência Museu Goeldi - O turismo cultural contribui para a preservação e manutenção do patrimônio histórico. Resgata a memória e mantém a identidade de um povo. Planejado de forma eficaz gera benefícios e mostra possíveis utilizações desse patrimônio pelas atividades turísticas e para a população local, evidenciando o potencial histórico e arquitetônico.
Um estudo detecta o potencial do patrimônio histórico e arquitetônico do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi para ser utilizado pela atividade turística. A iniciativa também relaciona os principais monumentos e prédios localizados no Parque e com potencial patrimonial e turístico. Intitulada O patrimônio histórico e arquitetônico do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi (1866 – 1907): sua utilização para a atividade turística, a pesquisa é de autoria de Bárbara Paolla Santos Mourão, bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/ CNPq).
Na comemoração dos 116 anos do Parque Zoobotânico , Barbara destaca alguns dos valores do turismo em relação ao patrimônio histórico. Segundo ela, “O turismo estimula a existência e a reabilitação de sítios históricos e monumentos, por meio da sua transformação em recurso recreacional”. E acrescenta que ele, também, “Contribui para a permanência da população em seu espaço, oferece oportunidades de trabalho e recursos para a preservação do patrimônio.” Mais que isso, a atividade turística gera “recursos financeiros que podem melhorar a qualidade de vida da população local”, conclui.
Um pouco de história - Bárbara, graduada em Turismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA), apresentou a pesquisa no dia 8 de julho de 2011 com orientação de Helena Quadros, educadora e Coordenadora do Núcleo de Visitas Orientadas do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi (Nuvop). “O período (1866 – 1907) foi escolhido por ser o início da criação do Museu e o inicio da estruturação do Parque Zoobotânico”, ressalta a bolsista.
O Parque Zoobotânico do Museu Goeldi é o mais antigo do Brasil, e foi certificado como Jardim Botânico segundo a Resolução 266 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 3 de agosto de 2000. Nessa categoria integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos.
Um autêntico oásis no meio de uma grande cidade, o Parque recebe anualmente 250 mil visitantes por ano, dos quais 50 mil são estudantes e que têm entrada franqueada. Habitat para representantes da fauna e flora amazônica, esses são os principais atrativos para o público consultado durante a pesquisa.
O turismo cultural – Com base no encantamento dos visitantes pela fauna e flora do Parque, a bolsista procura por sua vez ressaltar a importância do turismo cultural de prédios e monumentos históricos ainda pouco valorizados pelo público local.
“Se o turismo cultural não for bem planejado, seguindo apenas o objetivo de lucro, além de poder destruir o patrimônio cultural de uma determinada localidade, pode também modificar a comunidade onde está inserido, transformando os povos e sua cultura apenas em objetos de consumo”, argumenta a autora do estudo.
Outro fator negativo da atividade do turismo cultural é “a transformação do patrimônio apenas em produto para o mercado com a perda do seu real significado para a localidade”, afirma Bárbara. Com isso, corre-se o risco de “a cultura e a história deixarem de ser importantes para a comunidade e passarem a ser importantes porque geram lucros”, alerta.
Coleta de dados - Para obter resultados para a pesquisa, Bárbara realizou entrevistas semi-estruturadas junto a funcionários do Parque. Foram utilizadas também referências bibliográficas e fotos do Arquivo “Guilherme de La Penha”, do Museu Goeldi.
De acordo com a pesquisadora, a maioria dos visitantes que freqüenta o Parque do Museu Goeldi procura lazer. “Este lazer é obtido pela contemplação dos animais presentes no Parque Zooobotânico”. Segundo os resultados obtidos na pesquisa de público realizada pela instituição, “a maioria dos entrevistados busca conhecer a fauna/animais. E apenas 2,8% dos visitantes preferem ver os prédios”.
As evidências fazem Bárbara apontar que o patrimônio histórico e arquitetônico do Museu Goeldi ainda não é aproveitado de maneira eficaz pelos seus visitantes. Mas indica que as perspectivas são positivas: “O PZB está passando por um Programa de Revitalização do Parque Zoobotânico, em que estes patrimônios terão uma nova dinamização, sendo assim, ele terá uma nova forma de utilização”.
A implantação de possibilidades de uso desse patrimônio pela atividade turística visa além de benefícios econômicos à instituição. Com trilhas diversas Bárbara propões que “a utilização, compreende um ideal maior: de apropriação e de conhecimento mais efetivo do patrimônio pela população local”.
Com o estudo, a idéia é de resgatar a memória e afirmar uma identidade, além de dar a conhecer o patrimônio a turistas que possuem interesse por um “espaço singular”, conclui a autora.
Texto: Sílvia Leão
Edição: Jimena Felipe Beltrão
Edição: Jimena Felipe Beltrão
Fonte: Museu em Pauta www.museu-goeldi.br 11/08/2010
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