terça-feira, 5 de julho de 2011

Orla santarena é dos peixes

Obras de arte em miriti representando os formatos típicos da região adornam passeio à beira do rio Tapajós



Em comemoração aos seus 350 anos -celebrados no último dia 22-, no município de Santarém, localizado na região oeste do Pará, foi exposto na orla da cidade um cardume de esculturas gigantes representando os diferentes formatos dos peixes comuns à região tapajônica. Depois de seis dias expostas na orla santarena, a instalação denominada "Piracaia" passou a fazer parte de um espaço permanente. Ela poderá ser visitada, por tempo indeterminado, no Espaço Pérola do Tapajós, do Parque Municipal de Santarém, com entrada gratuita. A instalação foi realizada pelo Governo do Estado do Pará, por intermédio da Fundação Curro Velho e contou com a parceria da Prefeitura de Santarém.
A exposição foi o resultado da oficina de Esculturas em Fibras de Buriti (miriti), ministrada pelos instrutores Bruce Cardoso e Luis Carlos Santiago, da Fundação Curro, sob coordenação de Socorro Colares e Walter Figueiredo. Durante 120 horas de criatividade, 40 pessoas, entre elas, artistas, artesãos, arte-educadores da cidade, se reuniram para representar o imaginário caboclo nas estruturas, formas, cores e sabores dos peixes da Amazônia, elementos de uma verdadeira e farta Piracaia (termo que remete a ações da sociedade em torno da pescaria).
De acordo com Dina Oliveira, superintendente da Fundação Curro Velho, a escolha do tema e do material usado para fabricação das esculturas foi pensado para valorizar a cultura do município de Santarém. "Através da junção de criatividade dos artistas, foram projetadas dez esculturas, que transmitem a mensagem da valorização da fartura da fauna e flora do local. Para esta instalação pública escolhemos os peixes e miriti para ressaltar respectivamente este ponto", afirma Dina Oliveira.
A orla de Santarém esteve pequena para comportar a população visitante que queria estar próximo das esculturas gigantes para tirar fotos e lembrar o momento de identificação com a cultura local. Havia uma identidade afetiva do público com a visualidade cênica. Grande parte da população da cidade esteve presente, visitando a poética visual.
Ainda segundo Dina Oliveira, a exposição "Piracaia" superou as expectativas dos envolvidos no projeto. "O que foi projetado inicialmente foi executado com sucesso e foi além de todas as expectativas que nós tínhamos. A participação do público foi intensa. Eles interagiram bastante, numa verdadeira intervenção pública, nosso objetivo principal", comenta a superintendente da Fundação Curro Velho.

Cidade é famosa por praia e festa do Sairé
Herança da colonização portuguesa ao longo do rio Amazonas, a cidade de Santarém data do século XVII. É ponto de escala entre Belém e Manaus. Quem chega ao município presencia o encontro das águas do barrento Amazonas com o esverdeado rio Tapajós. Por quilômetros, as águas dos dois rios podem ser distinguidas, correndo lado a lado.
Santarém possui antigos solares novecentistas, que remetem para tempos antigos, simbolizado pelo Muiraquitã -um pequeno amuleto de jade, em forma de sapo-, ligado à lenda das amazonas, que deu nome ao grande rio.
Nos arredores, fica localizada Alter do Chão, praia de areias alvas, água clara, morna e de um azul transparente. Ela é a mais bela entre as dezenas de praias ao longo do Tapajós, além de ser parada obrigatória dos transatlânticos que percorrem o Amazonas. Alter do Chão também é palco da festa do Sairé, uma das maiores manifestações culturais do oeste do Pará. Outro destaque de Santarém é a floresta nacional do Tapajós. Suas trilhas sob árvores gigantescas permitem vivenciar o interior da selva primitiva.
Serviço
Exposição permanente de esculturas "Piracaia", no Espaço Pérola do Tapajós, no Parque Municipal de Santarém. Entrada gratuita.

Fonte: www.orm.com.br/amazonia 05/06/2011

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