Casa histórica de Óbidos ameaçada de demolição Fonte: Site Chupa Osso |
Nas
últimas semanas, um dos assuntos muito discutido em Óbidos foi a possível
demolição de uma “Casa histórica” que fica situada na Rua Deputado Raimundo
Chaves (Bacuri), com a travessa Rui Barbosa, em frente a Escola São José, que
estava abandonada há vários anos e se encontra em péssimas condições de
conservação, a qual foi adquirida para dar lugar a construção de uma agência do
Banco do Estado do Pará.
No
dia 07 de abril, houve uma reunião na Câmara Municipal de Óbidos, entre a
Comissão de Educação, Cultura e Turismo, da Câmara Municipal de Óbidos, com os
Membros do Conselho de Proteção do Patrimônio Cultural e Artístico do Município
de Óbidos, para discutir o assunto, da qual participaram os vereadores Paula
Andréa, Cristiane Souza, Rosinaldo Cardoso e Rosângela Carvalho, membros do
Conselho, Sandro Silva – Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Jorge Ary
Ferreira – representante da Academia Artística e Literária de Óbidos,
proprietário do terreno, Sr. Geraldo Resende Neto, entre outros participantes.
Durante
a reunião o Secretário de Cultura Sandro Silva, falou que o objetivo da
reunião, foi levar ao conhecimento da Câmara, “...um assunto que é importante e
preocupante para o nosso Município, referente ao casarão localizado na Rua
Deputado Raimundo Chaves, próximo a loja Maçônica, o qual faz parte da
historicidade do Município, mas que não é um patrimônio tombado e sim
patrimônio histórico, o qual foi comprada pelo Sr. Geraldo Resende Neto”,
informou Sandro.
Segundo
o Sandro, “...após uma busca e análise verificou-se que o prédio não é tombado,
o que ficou bem esclarecido em um parecer, porém, o mesmo encontra-se
localizado no centro histórico do Município de Óbidos e precisa ser verificada
a situação com base no Art. 100, § 1º da Lei Municipal do Plano Diretor
Participativo da Lei n° 3.406/2008, que determina que se tratando de prédio
histórico dentro do Centro Histórico, é importante que se observe a manutenção
das características paisagísticas do mesmo”.
De
acordo como novo proprietário do casario, Sr. Geraldo Resende Neto, a compra
desse terreno se deu com o objetivo de construir uma agência do Banco do Estado
Pará, sendo que já entraram com o pedido com relação a patrimônio histórico
junto a prefeitura e, não disseram que o prédio era tombado e até o presente
momento não deram respostas. Informou também, que quando adquiriu esse terreno
os documentos da ITBI e IPTU não haviam ressalvas, “...nós compramos os
terrenos pensando em demolir e quando compramos verificamos a colocação,
segurança, próximo de órgãos públicos, fluxo, fuga de assalto, enfim, várias
outras avaliações para ser construído o banco”, informou o Sr. Geraldo.
Sr.
Geraldo informou também, que quando adquiriram o prédio, este já estava com
mais de 80% comprometido, e que ficará muito difícil fazer a manutenção da
fachada, pois está toda comprometida, a parede principal está solta, somente
segurada no muro ao lado da Maçonaria, e se tombar irá cair para frente no muro
da escola São José.
Segundo
o Secretário de Cultura, Sandro Silva, a “Opções Engenharia” ainda não
solicitou alvará para construção e nem para que se derrube o prédio, de forma
que o único pedido até o presente momento é para que se expeça uma declaração
dizendo se o prédio é tombado ou não, mas já foi emitido o parecer informando
que o prédio não é tombado.
Senhor
Jorge Ary falou da falta de apoio dos políticos em relação à recuperação dos
patrimônios, lembrando que só há apenas um Deputado da região eleito para
abarcar a causa, sendo que essa reunião só está acontecendo devido à
manifestação das redes sociais acerca dessa compra, senão, esta reunião não
estaria nem acontecendo.
Com a
palavra, o Professor Márcio Rubens falou que o Senhor Geraldo Neto é executor,
quem definiu o projeto foi o banco, sendo que se faz necessário que o Conselho
tenha um diálogo direto com o banco, pois se for autorizado pelo banco, o
Senhor Neto é obrigado a fazer, de acordo com os pareceres do banco, essa é a
definição.
Uma
das sugestões para resolver o problema, segundo Sandro Silva, seria o banco reavaliar e estudar a
possibilidade de abrir uma exceção em Óbidos, quanto ao padrão de agência
bancária, ou que se construa, mas que não tenha a necessidade de recuo para
construção de estacionamento, preservando assim a fachada do prédio. Disse que
teriam que tentar concretizar uma solução, com a concordância entre todos, com
o documento escrito e encaminhado à Diretoria do Banco do Estado do Pará. “...a
construção de um banco seria importante para Óbidos, mas também mantendo a
preservação da história, e, ainda, que eles estudem a possibilidade da
manutenção da fachada do prédio”, comentou o Secretário
A
vereadora Paula Andréa mencionou que enquanto Câmara e professora de história,
muito lhe entristece e angustia em demolir o prédio, devido vários pedidos
feitos pela Câmara Municipal e não obtiveram respostas.
Finalizando
a reunião foi feita a sugestão de encaminhamento de um documento pela Comissão
de Educação, Cultura e Turismo, juntamente com o Conselho do Patrimônio, para à
Diretoria do Banco, e nesse documento constasse as sugestões apresentadas
durante a reunião, com relação à manutenção da fachada, sobre o estudo da
possibilidade de manutenção de um museu sobre a casa.
Fonte: ChupaOsso.com.br
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