Palacete Bolonha e seu pináculo inclinado Imagem: Cecilia Leite |
Enquanto o casarão que abrigava o Colégio Pequeno Príncipe é vizinho da SECULT, o Palacete Bolonha fica colado de onde funciona atualmente a FUMBEL, no Memorial dos Povos. Mas igualmente isso não tem garantido a ele a atenção devida. O pináculo em ferro fundido que orna a cúpula central do palacete está bastante inclinado e dá a impressão de que está para despencar. Uma ameaça para quem trafega pela avenida Governador José Malcher, onde se localiza o prédio, e para as pessoas que trabalham na vizinhança, como os próprios servidores da FUMBEL.
“A
situação do pináculo foi denunciada por moradores da cidade também. Fomos até
lá e conferimos que realmente está bem inclinado e ameaça vir abaixo na cabeça
de alguém. Fizemos fotos para pedir à FUMBEL e à SEURB (Secretaria Municipal de Urbanismo de
Belém) que seja tomada alguma providência”, diz Nádia Brasil, da AAPBel, que
também está à frente desta denúncia junto com a ASAPAM.
Atual situação do pináculo do Palacete Bolonha Imagem: Cecilia Leite |
O
Palacete Bolonha é um dos bens contemplados para restauração com os recursos do
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas. O convênio
foi assinado em agosto de 2013, mas os projetos executivos das obras ainda não
foram realizados pela prefeitura. Sem entrega dos mesmos, não tem repasse de
recursos e o prazo para conclusão das obras encerra este ano. A preocupação é
se o pináculo vai esperar os recursos do PAC chegarem para que algo seja feito.
“Todas
as obras do PAC em Belém são pela prefeitura. Foi apresentada a lista dos
espaços que serão contemplados, mas tem que ter os técnicos para execução do
projeto, detalhamento, para chegar a executar. Isso exige gente capacitada, são
obras muito especializadas e que custam caro. O que nós supomos é que a
prefeitura não tinha dinheiro, interesse ou não priorizou fazer esses projetos.
Belém não teve nenhuma obra concluída ainda, e parece que vão esperar esse
recurso. Esperar chegar para garantir a segurança! É preocupante”, diz Nádia.
Os
bens históricos da cidade Belém que estão previstos para ser beneficiados pelo
PAC das Cidades Históricas são o Palácio Antônio Lemos, Museu de Arte de Belém,
Feira Ver-o-Peso, Praça Dom Pedro, Praça do Relógio, Praça do Carmo, Casarão do
Fórum Landi, Palácio Velho - Teatro Municipal, Praça Visconde do Rio Branco,
Cemitério da Soledade, Cinema Olympia, Palacete Bolonha - Centro Cultural, Sede
da Fundação Cultural do Município de Belém, Casarão do Arquivo Público do Pará,
Capela Pombo e Mercado de Peixe do Ver-o-Peso – o único que se encontra em
obras.
O
início das intervenções nos locais está condicionada à apresentação e aprovação
pelo Iphan do material técnico correspondente. À época do anúncio dos
beneficiados, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, declarou (em matéria
publicada no próprio site da prefeitura em 7 de março de 2013) que “projetos
executivos são caros, custam entre 2% e 3% do valor final das obras”, mas que a
prefeitura os faria com recursos próprios. Ao mesmo tempo, foi anunciado que no
Pará, do montante total de recursos a ser investidos (pouco mais de R$ 568
milhões), 81% seriam procedentes do governo federal, 14% viriam do governo
estadual e apenas 5% de participação dos municípios.
Texto: DolOnLine
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