quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

PALACETE BOLONHA: Outro retrato do descaso com nosso Patrimônio Cultural.

Palacete Bolonha e seu pináculo inclinado
Imagem: Cecilia Leite

Enquanto o casarão que abrigava o Colégio Pequeno Príncipe é vizinho da SECULT, o Palacete Bolonha fica colado de onde funciona atualmente a FUMBEL, no Memorial dos Povos. Mas igualmente isso não tem garantido a ele a atenção devida. O pináculo em ferro fundido que orna a cúpula central do palacete está bastante inclinado e dá a impressão de que está para despencar. Uma ameaça para quem trafega pela avenida Governador José Malcher, onde se localiza o prédio, e para as pessoas que trabalham na vizinhança, como os próprios servidores da FUMBEL.

“A situação do pináculo foi denunciada por moradores da cidade também. Fomos até lá e conferimos que realmente está bem inclinado e ameaça vir abaixo na cabeça de alguém. Fizemos fotos para pedir à FUMBEL e à SEURB (Secretaria Municipal de Urbanismo de Belém) que seja tomada alguma providência”, diz Nádia Brasil, da AAPBel, que também está à frente desta denúncia junto com a ASAPAM.

Atual situação do pináculo do Palacete Bolonha
Imagem: Cecilia Leite

O Palacete Bolonha é um dos bens contemplados para restauração com os recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) das Cidades Históricas. O convênio foi assinado em agosto de 2013, mas os projetos executivos das obras ainda não foram realizados pela prefeitura. Sem entrega dos mesmos, não tem repasse de recursos e o prazo para conclusão das obras encerra este ano. A preocupação é se o pináculo vai esperar os recursos do PAC chegarem para que algo seja feito.

“Todas as obras do PAC em Belém são pela prefeitura. Foi apresentada a lista dos espaços que serão contemplados, mas tem que ter os técnicos para execução do projeto, detalhamento, para chegar a executar. Isso exige gente capacitada, são obras muito especializadas e que custam caro. O que nós supomos é que a prefeitura não tinha dinheiro, interesse ou não priorizou fazer esses projetos. Belém não teve nenhuma obra concluída ainda, e parece que vão esperar esse recurso. Esperar chegar para garantir a segurança! É preocupante”, diz Nádia.


Os bens históricos da cidade Belém que estão previstos para ser beneficiados pelo PAC das Cidades Históricas são o Palácio Antônio Lemos, Museu de Arte de Belém, Feira Ver-o-Peso, Praça Dom Pedro, Praça do Relógio, Praça do Carmo, Casarão do Fórum Landi, Palácio Velho - Teatro Municipal, Praça Visconde do Rio Branco, Cemitério da Soledade, Cinema Olympia, Palacete Bolonha - Centro Cultural, Sede da Fundação Cultural do Município de Belém, Casarão do Arquivo Público do Pará, Capela Pombo e Mercado de Peixe do Ver-o-Peso – o único que se encontra em obras.

O início das intervenções nos locais está condicionada à apresentação e aprovação pelo Iphan do material técnico correspondente. À época do anúncio dos beneficiados, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, declarou (em matéria publicada no próprio site da prefeitura em 7 de março de 2013) que “projetos executivos são caros, custam entre 2% e 3% do valor final das obras”, mas que a prefeitura os faria com recursos próprios. Ao mesmo tempo, foi anunciado que no Pará, do montante total de recursos a ser investidos (pouco mais de R$ 568 milhões), 81% seriam procedentes do governo federal, 14% viriam do governo estadual e apenas 5% de participação dos municípios.

Texto: DolOnLine

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