sexta-feira, 27 de abril de 2012

Arquivo Público do Pará recupera acervo e planeja novas ações




O Arquivo Público do Pará (Apep) está finalizando o processo de restauro documental e digitalização do acervo relativo ao período colonial do Estado. O material completo estará disponível ao público no prédio da instituição e na internet. A iniciativa foi possível graças a parceria entre o Apep, a Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará (ARQPEP) e a Caixa Econômica Federal e faz parte de um plano de recuperação e organização de documentos e aproximação com o público.
O Arquivo Público é responsável pelo recolhimento de toda a documentação administrativa do Estado. O acervo mais antigo do órgão faz referência ao período colonial e data de 1649. A sede, que funciona no Comércio de Belém, abriga parte da história do Pará e a importância da manutenção destes tesouros é preocupação constante da diretoria. Desde 2011 o Apep firmou duas parcerias que garantem às próximas gerações acesso a este acervo. “A memória administrativa e cultural do Estado está guardada aqui, é necessário preservá-la e disponibilizá-la para todos”, afirma Eduardo Pinheiro, diretor do Arquivo Público.
“Sentimos a necessidade de preservar o acervo do período colonial. Todos os documentos estavam acondicionados de forma equivocada, se continuassem da maneira que estavam certamente iríamos perdê-los”. Para evitar isso a diretoria resolveu captar recursos através de editais federais. “Fizemos cursos de formatação de projetos na Escola de Governo, Ministério da Cultura e na Fundação Getúlio Vargas e no final de 2010 conseguimos o apoio da Caixa”, explica o diretor. “Estes documentos são importantíssimos, através deles podemos analisar a escravidão no estado e sua formatação territorial", explica.
O acordo com a Caixa permitiu a compra de vários equipamentos fundamentais para o Arquivo Público. Foram adquiridas três máquinas digitalizadoras com scanner, uma máquina fotográfica para documentos maiores e uma máquina para confecção de caixas. Segundo Eduardo Pinheiro: “este projeto foi estruturante, os equipamentos servirão ao Apep durante muito tempo. Com eles poderemos, em 10 anos, digitalizar todo nosso acervo”.
A máquina de caixas é um dos itens mais importantes desta aquisição. “O Arquivo Público do Pará é a única instituição no Brasil que possui esta máquina. Ela é importante, pois armazena os documentos da forma correta, com o papel indicado para guardar este acervo tão antigo”, explica Éderson Pinheiro, historiador e técnico do Apep.

Nova etapa
O segundo projeto é realizado em parceria com a Petrobras e ARQPEP. O foco de ação é a organização de documentos avulsos que estão empacotados, divididos em 1663 volumes. “Estes pacotes nunca foram analisados, eles fazem referência ao final do Império e 1ª metade do século XX. Estamos na etapa de desempacotamento e organização. Estes documentos serão arquivados de acordo com a temática e período. Após a leitura de todos os papéis é determinada a que série eles pertencem (tipos de arquivo, tais como ofício, memorando) e o fundo documental (qual órgão público produziu o documento). Este é o começo de um trabalho maior, quase 60% do acervo do Apep ainda está empacotado”, avalia Éderson.
No final de 2010 o Arquivo Público do Pará ganhou o selo de reconhecimento “Memórias do Mundo” da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). “Este selo prova a importância do nosso acervo. Ele é um estímulo para nós trabalharmos mais pela manutenção dos documentos do APP”, comemora Eduardo Pinheiro.

Nos segundo semestre deste ano o Arquivo Público deverá apresentar um novo projeto que pretende a recuperação e digitalização de todo o acervo dos períodos do Império e República.

Texto: Julia Garcia - Secom

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