sexta-feira, 27 de abril de 2012

Ruínas do Engenho Murutucu em discussão


De grama aparada, livre da mata espessa que encobria o prédio até semana passada, as ruínas do Engenho Murutucu não pareciam tão mal assim. A construção datada do início do século XVIII recebeu um cuidado especial por parte da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, após as denúncias de negligência repercutidas na imprensa.
“Está havendo um mal entendido. A área está sendo preservada pela Embrapa. Nunca destinamos o terreno para nada. A entrada de carros e maquinário é proibida. A acusação de abandono nos surpreendeu. São ruínas, afinal de contas. Nem as de Pompéia (sítio arqueológico localizado ao sul da Itália, datado do século 79 a.C.) estão em bom estado de conservação”, ironiza Cláudio Carvalho, chefe-geral da Embrapa.
De acordo com nota emitida pela assessoria de comunicação, todos os meses há roçagem manual e mecânica no local. “Por se tratar de um bem público, a visitação não é proibida, desde que solicitada à Embrapa e agendada com antecedência”, assegura empresa pública federal em comunicado. As acusações de abandono partiram do dramaturgo Carlos Correia Santos, após uma visita as ruínas para uma sessão de fotos para a divulgação de seu mais novo projeto, a peça “Batista”. Em reportagem ao VOCÊ, publicada no último dia 17, ele classificou a condição do prédio de “vergonhosa”. Convidada a acompanhar a sessão de fotos, nossa equipe foi impedida de entrar na área pela segurança da Embrapa.
Em e-mail assinado pela superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Pará Iphan/Pará, Maria Dorotéa de Lima, o órgão responsabiliza a Embrapa pelo descaso. O Iphan informa ter acionado a empresa junto ao Ministério Público Federal (MPF) demandando que a mesma assuma a segurança e preservação do sítio. Desde 1981, as ruínas do Engenho Murutucu são tombadas como patrimônio histórico pelo Iphan.
“Nós somos uma empresa de pesquisa em agropecuária, gerenciar um sítio arqueológico foge à nossa missão. Mas não fugimos da nossa responsabilidade de zelar por esse patrimônio. Por diversas vezes, nos reunimos com a Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém), a Secult (Secretaria de Estado de Cultura), a Paratur (Companhia Paraense de Turismo), o Iphan, para trabalharmos conjuntamente, mas as negociações não caminham”, conta José Maria Vieira, advogado da Embrapa. A empresa apresentou documentos que comprovariam um projeto de restauração da casa, elaborado em 2008 por técnicos da Secult, e encaminhado para o Iphan. “Nunca recebemos resposta”, afirma Vieira.

Fonte: Diário do Pará
Foto: Bruno Carachesti

Capela Pombo marcada pela falta de investimento


Por mais que doa a constatação, manter o edifício já não é mais uma opção para a família. Após ser negligenciada por décadas, em 1973, a capela passou aos cuidados de José Augusto. A ultima restauração foi executada pelo novo dono nesse período. Entretanto, nos anos 1980, sem recursos ou incentivo, ele se viu obrigado a cerrar as portas.
A falta de manutenção deixou profundas marcas na obra. Na fachada, já se percebe as paredes enegrecidas pelo bolor acumulado com o tempo. Trepadeiras se infiltram pela marquise, criando um perigoso jardim suspenso de ervas daninhas. As imagens de Nossa Senhora da Conceição, de São João Batista e do Senhor dos Passos que antes adornavam o interior da igreja, foram retiradas por motivo de segurança. Atualmente, o altar é tomado apenas por visíveis rachaduras e infiltrações.Uma grade de ferro foi instalada logo após a entrada para evitar o acesso dos sem-tetos, que insistiam em utilizar o prédio como quarto - e possíveis ladrões.
De acordo com um levantamento encomendado por José Augusto, os custos de uma reforma emergencial girariam em torno de R$ 300 mil, montante que ele argumenta não dispor. A saída encontrada para salvaguardar o patrimônio foi a venda por R$ 1,2 milhão.
“Todos ficaram ‘irados’ por eu ter botado um preço na capela. Eu sei que é um assunto complicado, pois mexe com a fé das pessoas. Mas eu pensava que, como qualquer proprietário tem direito, eu também pudesse vender o meu imóvel”, revela.

Fórum Landi planeja a criação de museu de arte sacra
O Fórum Landi arregaçou as mangas e tenta agora adquirir o lugar através de “crowdfunding”, ou seja, um financiamento coletivo pela internet. A campanha “A Capela Pombo é do povo!” foi lançada durante o aniversário de 396 anos da capital paraense, comemorado no dia 12 de janeiro. O objetivo é arrecadar US$ 1 milhão até 10 de julho. Mas na tarde de terça-feira (24), até o fechamento deste texto, o projeto havia conseguido apenas R$ 1.000.
A ideia é, mesmo não conseguindo arrecadar o valor total, utilizar o dinheiro para arranjar um acordo com o proprietário. Uma vez arrematada, a Capela Pombo seria restaurada e preservada pela UFPA, através do Fórum Landi. Está prevista a criação de um museu de arte sacra no local.
“Vamos procurá-lo [o herdeiro do imóvel] com o montante arrecadado numa mala preta – in cash sempre tem desconto, né? Caso não haja acordo, os doadores receberão os valores de volta, não se preocupem. Também correremos atrás de grandes patrocinadores, é claro. No fim, o que vale é o diálogo”, explica Flávio Nassar, coordenador do Fórum Landi, através do texto de convocação da campanha, publicado no site ‘Eu Patrocino - Crowdfunding’. O Fórum Landi é um projeto dedicado à revitalização do Centro Histórico de Belém, com foco na pesquisa da obra arquitetônica de Antonio Landi, no bairro da Cidade Velha. Mesmo se o plano não chegar ao valor estipulado, talvez esta seja a melhor proposta pela capela desde que foi posta no mercado.

“É um elefante branco”
“O maior entrave para fechar o negócio tem sido a legislação”, atesta o proprietário. A Capela Pombo foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2011, como parte do conjunto urbano arquitetônico e paisagístico do bairro do Comércio. Devido ao tombamento, o local não pode ser alterado, depredado ou passar por qualquer reforma sem o aval do Iphan.
“A primeira proposta que recebi foi de um camarada que ofereceu R$ 50 mil. As ofertas que se seguiram não subiram muito mais do que isso. A capela se tornou um elefante branco”, admite José Augusto Pombo.
Por outro lado, os compradores mais óbvios, como a Prefeitura ou a Arquidiocese não se mostraram interessados em adquirir o imóvel. A Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) informa que apesar de reconhecer a importância histórica não é dever da prefeitura manter uma capela católica.
“Sabemos da relevância do prédio, sua história, mas ali é um espaço com fins religiosos. O estado laico prevê a liberdade religiosa, mas não a intervenção estatal para fins religiosos”, diz Leonardo Freitas, historiador do departamento de patrimônio histórico da Fumbel.
Ainda segundo o técnico, não existe nenhum plano para o tombamento da igreja pela prefeitura. Entretanto, ele ressalva que o local é protegido por estar inserido no centro histórico de Belém, como determina a lei municipal 7.709, de 1994.
A igreja alega que não existe planos para compra a capela, já que ela não teria relevância religiosa. “Existe um interesse histórico, já que o prédio foi projetado por Landi. Mas se limita a isso. O prédio está descaracterizado. Até as imagens que tinham lá não existem mais. É bom para a cidade se alguém conservá-la, pela memória. Mas não temos nenhum plano de comprá-la”, opina o padre Ronaldo Menezes, pároco da Igreja da Santíssima Trindade.

Diante das portas fechadas, lamentos
O Iphan, todavia, vem demonstrando interesse pela capela. Pombo passou pela “malha fina” do órgão. Teve que apresentar sua declaração de imposto de renda e foi exigido um projeto de restauração do prédio. “Eles não puderam me indiciar porque foi comprovado que eu não tinha o dinheiro para a reforma. Só seria indiciado se fosse provado que existe a intenção do dolo, de abandonar a capela intencionalmente. O que não é meu caso”.
“A obrigação de manutenção do prédio é em primeiro lugar do proprietário, pois o tombamento não o exime da responsabilidade com a conservação do bem”, justifica a superintendente Iphan/Pará, Maria Dorotéa de Lima. Ela afirma que havendo um projeto e a garantia de gestão, o Iphan se compromete com a captação de recursos para a restauração. “Já informamos ao proprietário e a outros interessados na preservação do bem que há diversas possibilidades de viabilizar o projeto como, por exemplo, estabelecendo parcerias com as universidades. Aliás, a academia dispõe de técnicos e laboratórios e podem elaborar projetos de restauro e captar recursos, por meio do mecenato e também do próprio Iphan, para viabilizar as obras”, aponta.
Alheio ao embate, o aposentado Pedro Paulo Moraes, só tem a lamentar o descaso com o patrimônio. Ele que trabalhou como comerciante no bairro, ainda se lembra com carinho das vezes que, durante a folga para o almoço, passava na capela para descansar um pouco a mente.
“Isso daqui era uma benção”, comenta o senhor de 77 anos, enquanto contempla os imensos portões de madeira imponentes. “As pessoas passavam aqui e paravam, nem que fosse para rezar rapidinho. Vivia lotada. Agora é assim, trancada. Tem coisa mais triste do que ver uma igreja de portas fechadas?”, questiona.
Participe
Para participar da iniciativa, doe através do site Eu Patrocino. É possível contribuir com cotas de R$ 50 a R$ 9.999.

Saiba mais
Como ensina a arquiteta Ida Hamoy, a Capela Pombo ou Capela de Nosso senhor dos Passos foi erguida a pedido do senhor de engenho Ambrósio Henriques, no final do século XVIII. “O projeto é atribuído a Landi pela linguagem arquitetônica ser do mesmo repertório que Landi aplicará a outros projetos assinados por ele”, explica. O arquiteto italiano foi também responsável pelo projeto da Igreja de Santana, do Palácio dos Governadores e a Capela de São João Batista.
Hoje, a construção permanece como a única capela particular de Belém.

Arquivo Público do Pará recupera acervo e planeja novas ações




O Arquivo Público do Pará (Apep) está finalizando o processo de restauro documental e digitalização do acervo relativo ao período colonial do Estado. O material completo estará disponível ao público no prédio da instituição e na internet. A iniciativa foi possível graças a parceria entre o Apep, a Associação dos Amigos do Arquivo Público do Pará (ARQPEP) e a Caixa Econômica Federal e faz parte de um plano de recuperação e organização de documentos e aproximação com o público.
O Arquivo Público é responsável pelo recolhimento de toda a documentação administrativa do Estado. O acervo mais antigo do órgão faz referência ao período colonial e data de 1649. A sede, que funciona no Comércio de Belém, abriga parte da história do Pará e a importância da manutenção destes tesouros é preocupação constante da diretoria. Desde 2011 o Apep firmou duas parcerias que garantem às próximas gerações acesso a este acervo. “A memória administrativa e cultural do Estado está guardada aqui, é necessário preservá-la e disponibilizá-la para todos”, afirma Eduardo Pinheiro, diretor do Arquivo Público.
“Sentimos a necessidade de preservar o acervo do período colonial. Todos os documentos estavam acondicionados de forma equivocada, se continuassem da maneira que estavam certamente iríamos perdê-los”. Para evitar isso a diretoria resolveu captar recursos através de editais federais. “Fizemos cursos de formatação de projetos na Escola de Governo, Ministério da Cultura e na Fundação Getúlio Vargas e no final de 2010 conseguimos o apoio da Caixa”, explica o diretor. “Estes documentos são importantíssimos, através deles podemos analisar a escravidão no estado e sua formatação territorial", explica.
O acordo com a Caixa permitiu a compra de vários equipamentos fundamentais para o Arquivo Público. Foram adquiridas três máquinas digitalizadoras com scanner, uma máquina fotográfica para documentos maiores e uma máquina para confecção de caixas. Segundo Eduardo Pinheiro: “este projeto foi estruturante, os equipamentos servirão ao Apep durante muito tempo. Com eles poderemos, em 10 anos, digitalizar todo nosso acervo”.
A máquina de caixas é um dos itens mais importantes desta aquisição. “O Arquivo Público do Pará é a única instituição no Brasil que possui esta máquina. Ela é importante, pois armazena os documentos da forma correta, com o papel indicado para guardar este acervo tão antigo”, explica Éderson Pinheiro, historiador e técnico do Apep.

Nova etapa
O segundo projeto é realizado em parceria com a Petrobras e ARQPEP. O foco de ação é a organização de documentos avulsos que estão empacotados, divididos em 1663 volumes. “Estes pacotes nunca foram analisados, eles fazem referência ao final do Império e 1ª metade do século XX. Estamos na etapa de desempacotamento e organização. Estes documentos serão arquivados de acordo com a temática e período. Após a leitura de todos os papéis é determinada a que série eles pertencem (tipos de arquivo, tais como ofício, memorando) e o fundo documental (qual órgão público produziu o documento). Este é o começo de um trabalho maior, quase 60% do acervo do Apep ainda está empacotado”, avalia Éderson.
No final de 2010 o Arquivo Público do Pará ganhou o selo de reconhecimento “Memórias do Mundo” da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco). “Este selo prova a importância do nosso acervo. Ele é um estímulo para nós trabalharmos mais pela manutenção dos documentos do APP”, comemora Eduardo Pinheiro.

Nos segundo semestre deste ano o Arquivo Público deverá apresentar um novo projeto que pretende a recuperação e digitalização de todo o acervo dos períodos do Império e República.

Texto: Julia Garcia - Secom

terça-feira, 24 de abril de 2012

Futuro do Cine Olympia se mantém nebuloso



Se fosse um roteiro de cinema, o destino do Olympia seria um daqueles enredos que mantém até o último minuto um suspense insondável. Mas a vida não é filme. E o futuro do secular espaço de exibição se mantém perigosamente nebuloso. “Os cinemas de rua, em Belém, não resistiram. Viraram igreja, comércio, sucumbiram. E manter o Olympia em funcionamento do modo como ele é operado atualmente se torna cada vez mais inviável”, alerta o cineasta paraense Fernando Segtowick, diretor de filmes premiados, como “Matinta”. “O que ocorre é que o Olympia ainda é um espaço privado. Para que possa ser restaurado e que um projeto de recuperação do espaço comece, de fato, é preciso tombá-lo. E isso requer um longo processo, que passa por várias instâncias”, explica a paulista Maria do Rosário Caetano, jornalista e crítica de cinema, convidada para integrar os debates sobre a história e o futuro do Olympia na programação do centenário.

O seminário, sob o título de “O Primeiro Século do Cinema Olympia: Histórias, Desafios e Perspectivas”, realizado no último final de semana, reuniu diversos especialistas locais e de fora do estado, e contou com o apoio da classe artística, na intenção de discutir, além da trajetória do mais antigo cinema brasileiro em funcionamento, que rumos ele irá tomar. O impasse que atrofia qualquer plano de ação se dá porque o espaço pertence, ainda, ao grupo Severiano Ribeiro, o maior grupo de cinemas do país.

DESAFIO

Daí começa a epopeia: o primeiro passo para reverter a situação depende do legislativo. A câmara de vereadores precisa decidir pelo tombamento do Olympia. “Esse é o passo inicial. Sem ele, nada acontece. Em seguida, viria a aquisição do espaço. O município compraria o cinema”, explica Caetano. A partir daí, viriam as parcerias com as instituições para restaurá-lo, num esforço de angariar recursos com empresas públicas, como a Petrobras, e incentivos internacionais junto ao Banco Mundial.

“O desafio ainda é muito grande, é gigantesco. São Paulo tentou com o Belas Artes, e não está conseguindo”, diz a jornalista, que acompanha de perto o imbróglio pelo tombamento do Cine Belas Artes, que já se prolonga por mais de um ano, entre decisões judiciais que ora negam, ora aprovam o pedido de tornar o espaço patrimônio cultural.

No caso do Olympia, o esforço resiste desde a década de 80, quando a sociedade civil, representada por cinéfilos e artistas, iniciou o movimento de preservação do Olympia. A saga ganhou episódio mais substancial em 2006, quando o cinema exibiu sua última sessão e seria fechado. Diante de manifestações e protestos contra o fim do funcionamento do Olympia, a prefeitura municipal alugou o local, que passou a se chamar “Espaço Municipal Cine Olympia”. “Enviamos uma proposta de ocupação do espaço que foi entregue à Fumbel. Nosso grande temor é que ele acabe perdendo sua atividade de sala de projeção e se torne multiuso. O caráter de cinema público, de janela para o cinema brasileiro, não pode se perder. É muito séria essa questão. O Brasil precisa de espaços assim”, diz Afonso Gallindo, documentarista e coordenador do Núcleo de Produção Digital do Instituto de Artes do Pará.

Entre os planos para o Olympia endereçados à Fumbel, a reforma e a restauração da sala de projeção, e a criação de um café na entrada, como havia outrora no cinema. Haveria ainda um espaço para oficinas de audiovisual, e a criação da primeira biblioteca da Amazônia especializada em cinema. “Assim, o espaço não perderia sua vocação natural, que é de exibição de filmes, e atuaria ainda na formação de técnicos e como espaço para cineclubes, para que o cinema fosse debatido e pensado. Mas o projeto não foi para frente”, lamenta Gallindo. “Mas a sociedade civil está mobilizada e não abandona a causa”, garante. Entre as alternativas mais promissoras para o Olympia, a parceria com a Universidade Federal do Pará, que traria para o projeto o núcleo do recente curso de cinema.

“O plano é criar um museu. As paredes do Olympia seriam também um espaço expositivo da sua história, da história da sociedade belenense”, explica Ana Cláudia Melo, professora e coordenadora do curso de Cinema e Audiovisual da UFPA. Para ser concretizado, o plano há de enfrentar uma longa batalha. Mas há razões para se encontrar fôlego e seguir adiante. “A comunidade está profundamente mobilizada. A universidade, pesquisadores, a associação, cineastas, atores. Quando um espaço é capaz de despertar tamanho amor em sua comunidade artística, ele não morre. Qualquer político que quiser destruir esse sonho, esse projeto, terá que lutar contra tudo isso. Então eu sinto sim que podemos ser otimistas”, diz Melo. Vale a pena apostar. Vida longa ao Olympia! 

Foto: Divulgação Cinema Olympia

Casarão pode desabar ao lado de creche

 

Na placa fixada na fachada bem conservada do imóvel de Pedro Paes, 58 anos, pode se ler: “Companhia Amazônica de Seguros – 1894”. O imóvel, onde agora funciona um pequeno restaurante, está localizado na rua Félix Roque, bairro da Cidade Velha, em Belém. Ele é vizinho de vários prédios históricos datados da época da borracha, quando a Amazônia viveu um grande período de prosperidade econômica. A uma casa de distância do restaurante de seu Pedro, outro casarão antigo está em uma situação bem diferente: a maioria dos azulejos, que antes decoravam a fachada, deram lugar a um marrom desbotado, que agora revelam a estrutura que sobreviveu ao tempo por décadas. Na parte de cima, plantas saem sobre as janelas e tomam conta do telhado. A estrutura do prédio, visivelmente deteriorada, fica ao lado da escola-creche da Assembleia Legislativa do Pará, local por onde circulam crianças durante a semana. Segundo os vizinhos, há mais de um ano o proprietário não aparece por lá.
A estudante Bruna Gabriela, 16 anos, passa diariamente pela rua Félix Roque e afirma: “Eu tenho medo que isso caia”. “A gente tá há muito tempo dizendo: ‘vai cair, vai cair’, mas ninguém toma providências”, afirma Pedro Paes, que há oito anos mantém o estabelecimento a poucos metros do casarão. Segundo o dono do restaurante, os próprios vizinhos teriam procurado o dono da casa para que ele tomasse providências. Há cerca de um ano e meio, o proprietário teria ido ao local e protegido a entrada para evitar que sem-tetos voltassem a entrar no casarão. A casa já teria sido alugada por algum tempo, foi herdada e agora está abandonada. Ainda segundo os vizinhos, bombeiros teriam ido ao local para podar a árvore que crescia dentro do imóvel. Em frente ao casarão, encontramos ainda os galhos que teriam sido cortados e agora empatam a calçada.
Os casarões antigos da rua Félix Roque são patrimônios materiais, estão tombados e protegidos pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico Nacional), Fumbel (Fundação Cultural do Município de Belém) e Dephac (Departamento do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do Estado do Pará).
Órgãos que dão incentivos fiscais, como isenção de Iptu e de impostos federais, para que os proprietários mantenham os imóveis em boas condições. A única exigência que se faz é que a identidade dos prédios seja preservada. Ainda assim, os custos de manutenção são altos e muitos imóveis acabam abandonados. De acordo com Taís Toscano, diretora do Dephac, o problema dos prédios históricos do centro da cidade é complexo e merece ser discutido. “São vários fatores envolvidos e nós precisamos analisar a fundo o problema. Tem o lado do proprietário, que às vezes não tem condições financeiras de manter o imóvel. Mas a gente precisa lembrar que o desejo de tombamento não parte do Estado. É a própria sociedade que vem nos procurar pedindo que a história seja preservada. O que nós fazemos é facilitar para que os proprietários tenham condições de preservar estes casarões”, explica a diretora.
Até o fechamento da edição do Diário do Pará desta segunda-feira (23), o proprietário do imóvel não foi localizado para se pronunciar sobre o assunto.

DEBATE
Preservação em pauta. A partir de amanhã até sexta-feira, a Superintendência do Iphan no Pará, em conjunto com Secult, Fumbel e parceiros, vai realizar o “Balaio do Patrimônio”. O evento tem como objetivo promover o diálogo acerca de políticas públicas, projetos e ações voltadas à preservação e salvaguarda do patrimônio cultural, incluindo, claro, os velhos casarões de Belém.

Foto: Alex Ribeiro

sábado, 21 de abril de 2012

Igreja em Barcarena corre o risco de desabamento

Igreja em Barcarena corre risco de desabamento (Foto: Reprodução/turismobarcarena) 
(Foto: Reprodução/turismobarcarena)

Moradores de Vila do Conde, em Barcarena, alertam para o risco de desabamento da igreja de São João Batista, a segunda mais antiga do Pará. Segundo informações divulgadas ontem (18), no Portal Cultura, a igreja, datada de 1654, passou por uma inspeção do Corpo de Bombeiros em 2011. A vistoria teria detectado rachaduras no altar-mor e nas paredes, com várias infiltrações. O telhado também estaria seriamente comprometido, assim como as instalações elétricas.
Ainda de acordo com as informações do Portal Cultura, a recomendação é que a sacristia não seja utilizada e que a igreja passe por reforma urgente. No entanto, o responsável pela igreja, Antonio Palheta dos Santos, afirma que o local continua sendo utilizado mesmo em risco, e pede ajuda para que a reforma seja logo realizada e assim se evite um dano irreparável para o patrimônio histórico do Pará.
A igreja já estaria em processo de tombamento no Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico Artístico e Nacional), mas até o momento, ainda não foi iniciado nenhum tipo de reforma.

Fonte: DOL

Diálogos com o Patrimônio - ABRIL



O DPHAC/ SECULT, através de seu Programa de Educação Patrimonial, inaugurou, no mês de março, o Projeto Diálogos com o Patrimônio: Valorizando Memórias e Construindo a Cidadania Cultural, que objetiva realizar um evento de periodicidade mensal, estabelecer diálogo com ...diversos segmentos da sociedade, como recurso de aproximação deste público junto ao DPHAC para desenvolvimento de estratégias, abordagens e reflexões sobre a realidade paraense.

De abrangência para Belém e municípios do PAC das Cidades Históricas indiretamente (Santarém, Belterra, Aveiro, Óbidos, Vigia, Afuá, Cametá, Bragança, na forma de convidados para a programação em Belém), acontecerá toda última semana do mês, no Museu Histórico do Pará, sendo que cada mês um tema de interesse para o patrimônio entra em pauta, com diferentes convidados de instituições parceiras, da sociedade civil, dialogando com um técnico do DPHAC, seguido de abertura aos debates com os presentes.

Público-alvo

Instituições de Governo, Instituições de Ensino e Instituições de Pesquisa,
Secretarias Municipais de Educação, Cultura, Turismo e Meio Ambiente,
moradores e trabalhadores de centros históricos, agentes de cultura, e representantes da sociedade civil organizada interessados em patrimônio cultural.

Para o mês de abril, o tema será
"Novas Dimensões da Educação Patrimonial: Experiências Amazônicas".
Dia 23/04, no horário de 15 às 17h
Local: Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP) - Palácio Lauro Sodré, Pça. D. Pedro II, s/n, Cidade Velha

Reconfigurando os Museus: Problemas, desafios e recursos criativos

Agência Museu Goeldi – Diversas mudanças ocorridas no mundo desafiam os profissionais da museologia: novas abordagens teóricas, novas tecnologias, além de técnicas e linguagens concentradas nos museus. Estas são as necessidades atuais dos museus, frente à realidade amazônica. Pensando nessas problemáticas, o Museu Paraense Emílio Goeldi, por meio da Coordenação de Museologia (CMU), organizou uma série de oficinas com o tema “Reconfigurando os Museus: Problemas, desafios e recursos criativos”, a serem realizadas de 16 a 18 de maio, no Parque Zoobotânico do Goeldi.
Idealizada e coordenada por Carlota Brito, da Coordenação de Museologia (CMU), a programação do Museu Goeldi para a 10ª Semana Nacional de Museus, busca refletir sobre o papel dos museus na atualidade. As atividades são direcionadas para professores e estudantes, dos campos da museologia, educação, turismo, direito e artes.

Oficinas – A programação conta com quatro oficinas, realizadas no auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, situado no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. A primeira oficina, intitulada “Planejamento e produção de sinalização educativa”, é mediada por Carlota Brito e Ana Cláudia Silva (CMU/MPEG), no dia 17 de maio, das 9h às 12h.
Ministrada por Antônio Pinheiro, do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NIT Amazônia/MPEG) “Imagens, sons e outros dados: quem nos protege?”, acontece das 14h às 17h. A oficina fala de direitos autorais e concessões de uso quanto à produção do conhecimento científico e uso de imagem em museus de ciência.
No dia 18, Suzana Primo e Rute Cortez (CCH/MPEG) ministram a oficina “Conhecer, conservar e preservar: tratamento de acervos etnográficos”. As pesquisadoras abordam a legislação e a segurança de acervos etnográficos, além da preparação técnica (descrição, climatização, armazenamento, manipulação e sistema de limpeza).
Ana Cláudia Silva e Lúcia Santana (CMU/MPEG) apresentam, na parte da tarde, “Propostas educativas inovadoras nos museus atuais: desafios face à realidade local e global”. Tal inovação é alcançada através de novas abordagens em museus e educação ambiental, aliados à interpretação do patrimônio e utilização de roteiros educativos.

Semana Nacional de Museus – A Semana Nacional de Museus acontece anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), data comemorativa criada pelo Conselho Internacional de Museologia, há 35 anos. Palestras, oficinas e outros tipos de atividades são realizados por museus e instituições em todo o Brasil durante a semana. O tema deste ano, que ocorre de 14 a 20 de maio de 2012, será “Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações”. O evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibraim) e Ministério da Cultura (MinC).

Serviço
As inscrições para as oficinas já estão abertas e seguem até o dia 14 de maio. Para cada oficina são disponibilizadas 20 vagas. As inscrições podem se feitas presencialmente na Coordenação de Museologia (CMU), na Av. Magalhães Barata, 376, por telefone e e-mail. Contatos: 3182-3250 / 3182-3253 ou semanademuseus12@gmail.com.
Texto: Vandilson Rosas Jr.

Denúncias de descaso

Foram divulgadas no blog do CiVViva denúncias do descaso com o Palacete Pinho, cuja restauração foi "entregue" à população na ocasião do aniversário de Belém em 2011.
O fato é que o Palacete encontra-se atualmente com infiltrações que podem prejudicar sua estrutura caso não haja maior cuidado e atenção:


(Fotos de José Araújo Neto)


segunda-feira, 16 de abril de 2012

111 anos do Arquivo Públco do Estado do Pará


Em 16 de abril de 1901, há exatos 111 anos, era fundada a Biblioteca e Arquivo Público do Estado do Pará. Durante este mais de um século de existência, muita coisa aconteceu com o Arquivo. A biblioteca foi separada e seu acervo foi transferido para o prédio da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, o histórico prédio da Travessa Campos Sales sofreu inúmeras adaptações para comportar o aumento do acervo e o Apep transformou-se em referência em pesquisa histórica em todo o Brasil.

Para comemorar essa trajetória, as portas do Arquivo Público foram abertas nesta segunda-feira, 16, para a população, com programação para crianças, adolescentes e o público em geral. As atividades iniciaram às 9 horas da manhã com a apresentação do grupo de contadores de história “Cirandeiros da Palavra”. Com uma mistura de música, narrativa e poesia, os contadores Andrea Cozzi e Rodrigo Grilo apresentaram histórias que prenderam a atenção dos alunos da terceira série do Ensino Fundamental da Escola Municipal Honorato Filgueiras.

A visita dos alunos foi a segunda parte de uma atividade integrada entre o Apep e a escola, que iniciou na última terça-feira. Os servidores do Arquivo Público apresentaram as atividades do Apep para as crianças. Para a coordenadora pedagógica da Escola Honorato Filgueiras, Keila Ramos, a visita foi uma experiência única para as crianças. “É a primeira vez que elas visitam um prédio histórico e esse acesso à cultura faz parte da linha de trabalho da escola, que é formar cidadãos através da leitura”, completou. A intenção agora é fazer com que o grupo de alunos que visitou o Apep transmita para outras turmas um pouco do que viram, através de atividades dentro da escola.

Depois, a programação teve como convidado o mestre das histórias da Amazônia, Walcyr Monteiro. Ele falou um pouco sobre o seu trabalho de catador de lendas da floresta, como apresenta o seu mais conhecido trabalho “Visagens e Assombrações de Belém”. O público presente viu um breve documentário sobre o escritor e, como não podia deixar de ser, ele contou uma de suas conhecidas lendas com uma pitada de sobrenatural.

Ainda durante a manhã, o público que visitou o Arquivo Público viu um pouco do trabalho de alguns dos membros do Grupo Coletivo de Animadores de Caixa. Acostumados a intervenções em locais públicos abertos, os artistas Mariléia Aguiar com a performance “A Saudade do Sonho” e Aníbal Pacha com a performance “Yael”, adentraram o salão do Apep com suas caixas fechadas e despertaram a curiosidade de quem estava presente. Acompanhados das melodias dos instrumentos de sopro de Duga Borges, os artistas cativaram com as simples e inventivas apresentações, todas realizadas dentro de uma caixa e apresentadas individualmente.

Além disso, estão expostas no salão do Apep para o público que visita a instituição fotos produzidas durante a oficina de fotografia ministrada por Bob Menezes na última sexta-feira, dia 13 de abril. A oficina percorreu os espaços do prédio do Arquivo Público e produziu uma série de imagens que revelam detalhes do Apep, muitos deles que escapam do público que visita o Arquivo regularmente, como detalhes dos laboratórios de preservação e documentação permanente.

Também estão expostos no salão do Arquivo Público originais de documentos raros que fazem parte do acervo, como cartas régias e provisões dos séculos XVII e XVIII, termos e homenagens do governo, datadas de 1808, além de algumas das iconografias como plantas de povoados e desenhos da flora amazônica feitas no século XVIII e XIX. O destaque dessa exposição é uma parte da obra “Descripção de todo o marítimo da Terra de Sta. Crus, chamado vulgarmente O Brazil”.

A programação de aniversário do Apep segue durante toda a tarde com a visita dos alunos da Escola Bosque e a apresentação de Eliana Barriga, no salão da instituição. Ainda como parte das comemorações do aniversário do Arquivo Público, será lançado às 18h o Catálogo de Documentos Manuscritos do Período Colonial (1649-1823), produto final do projeto “Preservação e Acesso: Digitalização da Documentação da Colônia”, realizado pela Associação dos Amigos do Arquivo Público do Estado do Pará, com patrocínio do Edital Caixa Cultural.

(Agência Pará)

Seminário 100 anos de Cinema Olympia



Dentro das comemorações do aniversário de 100 anos do cinema Olympia, que acontecerá no dia 24/04, será realizado de 20 à 22 de abril o o seminário “O Primeiro Século do Cinema Olympia: Histórias, Desafios e Perspectivas”. O seminário é uma parceria da Associação dos Criticos de Cinema do Pará (ACCPA), Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências das Arte e Curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual com realização no cinema Olympia através da Prefeitura de Belém/FUMBEL. Confira a programação completa a seguir. As inscrições para o seminário estão abertas no endereço www.cinemaufpa.blogspot.com.br

Programação:

- 20 de Abril 2012 (Sexta-feira)
Local: Espaço Cultura Cinema Olympia
8h – Credenciamento

8h30 – Abertura – Pronunciamentos Oficiais: UFPA, PMB, ACCPA

9h – Conferência de Abertura “A História do Cinema Olympia – entre o passado e o futuro”
Conferencista: Pedro Veriano - Médico, jornalista, critico de cinema (ACCPA) e pesquisador de cinema com três livros publicados sobre o assunto ("A Critica de Cinema em Belém", "Cinema no Tucupi" e "Fazendo Fitas"). Colunista de cinema em "A Província do Pará" de 1963 a 2001. Responsável pela coluna de cinema de "A Voz de Nazaré".

10h30 – Intervalo

11h – Conferência “As Musas do Cinema Olympia”
Conferencista: Luzia Miranda Álvares – Professora da UFPA, doutora em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (2004). É crítica de cinema (ACCPA) desde 1972 e articulista de temas sobre política das Organizações Rômulo Maiorana. Faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Ciência Política-ABCP.

12:30h – Intervalo para Almoço

14:30h – Mesa Redonda “O Futuro que Queremos para o Cinema Olympia”
Debatedores:
Ana Cláudia Melo – Mestre e Especialista em Cinema (Unisinos-RS), professora e coordenadora do Curso de Bacharelado em Cinema Audiovisual,
Filomena Mata – Arquiteta e Coordenadora do Programa Monumenta em Belém
Afonso Galindo – Documentarista e Coordenador do Núcleo de Produção Digital do Instituto de Artes do Pará
Abel Loureiro – Vereador de Belém e autor do Projeto de Lei que torna o Cinema Olympia Patrimônio de Belém.
Mediadora: Ana L. Lobato – Professora Doutorado do Curso de Cinema e Audiovisual da UFPA.

16h - Intervalo

16h30 – Mesa Redonda “A Exibição e Distribuição na Indústria Cinematográfica Brasileira: eis a questão”
Debatedores:
Alessandra Meleiro – Professora da UFF. Pós-doutora pela University of London (Media and Film Studies).
Frederico Machado – Cineasta, diretor e distribuidor da LUME Filmes.
Augusto Pacheco – Programação Cine Estação
Patricia Lio – Programação Cine Líbero Luxardo
Mediador: Marco Antônio Moreira – Crítico de Cinema (ACCPA)

Encerramento: 18h

- 21 de Abril ( Sábado)
10:30h – Mesa Redonda “A Crítica no Cinema Brasileiro”
Debatedores:
Luiz Zanin - Jornalista, críticos de Cinema do Jornal O Estado de São Paulo.
Maria do Rosário Caetano – Jornalista.
Marco Antonio Moreira - Crítico de Cinema (ACCPA). Escreve sobre cinema desde 1978. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing.
Mediador: Arnaldo Prado Jr. Crítico de Cinema (ACCPA).

12h30 - Intervalo para Almoço

14:30h – Conferência “Os Cinemas de uma época”
Conferencista Pere Peti - Professor da Faculdade de História da UFPA, doutor em História Econômica pela USP, mestre pela Universidad Central de Venezuela, formado em História Contemporânea pela Universitat de Barcelona.

16h – Intervalo

16:30h – Mesa Redonda “Viver de Cinema e Viver por Cinema”
Debatedores: Adriano Barroso (Ator/Realizador)
Jorane Castro (Professora da UFPA e Cineasta)
Fernando Segtowick (Jornalista e Cineasta)
Nilza Maria (Atriz).
Mediadora: Adelaide Oliveira (Jornalista/ Presidente da Funtelpa)

18h – Encerramento

- 22 de Abril (Domingo)
10h30– Mesa Redonda “A Música e o Cinema”
Debatedores:
Salomão Habbib - professor do Curso de Música e compositor
Urubatan Castro - professor de Música da UEPA
Robenáre Marques – professor de Música e autor da composição que marca o Centenário do Cinema Olympia.
Mediador: Ricardo Harada – professor do Curso de Cinema da UFPA

12h30 – Almoço

14:30h – Palestra “Do Cinema do Século XXI ao Cinema Digital”
Palestrantes:
Marco Antonio Moreira - Crítico de Cinema (ACCPA). Escreve sobre cinema desde 1978. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Marketing.
Arnaldo Prado Jr. – Crítico de Cinema (ACCPA). Professor co-orientador de TCC sobre cinema Engenheiro Civil formado pela UFPA. Professor da Faculdade de Computação da UFPA(Aposentado).

16h – Intervalo

16:30h – Palestra “Cinema Olympia : Registro de uma História Cultural”
- Palestrantes : Pedro Veriano /Luzia Álvares
18h – Encerramento
18h30 – Entrega dos certificados de participação do seminário
* Programação sujeita a alterações.


Fonte: Seminário 100 anos de cinema Olympia

Exposição Itinerante Bem do Brasil


Vale a pena conferir!

sábado, 14 de abril de 2012

Capela projetada no século XVIII por Antônio Landi pode virar patrimônio da UFPA


A Capela Pombo, projetada pelo arquiteto Antônio Landi, foi construída em meados do século XVIII, no bairro Comércio, em Belém. Atualmente, a Capela se encontra em estado de deterioração. O limo toma conta da superfície e a fachada está descascada. Para que seja revitalizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Capela precisa estar em poder de algum órgão público, pois, hoje, trata-se de um patrimônio particular, que pertence ao advogado José Augusto Pombo. Com isso, a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Fórum Landi, criou um crowdfunding - plataforma virtual de financiamento colaborativo, para mobilizar a população e arrecadar financiamentos para a compra da Capela.
O coordenador do Fórum Landi, o pró-reitor de Relações Internacionais (Prointer) da UFPA, professor Flávio Nassar, conta que a campanha não objetiva arrecadar o dinheiro total para a compra da Capela, mas, sim, estimular uma maior participação e mobilização da população. “Pretendemos criar, além da plataforma, mais alternativas para contribuições. As pessoas, e mais as grandes empresas, ao comprarem um pedaço da Capela, começam a se sentir responsáveis por ela. É importante estimular isso”, diz.
A Reitoria da UFPA e o Fórum Landi estão apoiando a compra da Capela. “Agora, é uma campanha da Universidade, que está empenhada em obter os recursos para comprar o prédio. Se o patrimônio estiver sob domínio da UFPA, o IPHAN disponibilizará os recursos necessários para o restauro”, conta o professor.

Planos – Segundo o pró-reitor, quando a Capela for recuperada, ela poderá ser utilizada de várias formas. “Manter o espaço com suas atividades religiosas, mas, ao mesmo tempo, ter novas funcionalidades, voltadas para a questão cultural. Mostrar a história da Capela para estudantes de Arquitetura, Arqueologia, Geologia, entre outros. Existe, também, uma vasta possibilidade de utilizar o espaço como um laboratório de aplicação”, afirma.

Doações – Para doar, os interessados devem acessar o site do "eupatrocinio", cadastrar-se e fazer a doação da quantia que desejar, por meio de cartão de crédito ou de boleto bancário. Para que as doações sejam feitas com segurança, quem utilizar o cartão de crédito receberá um telefonema após a operação, a qual só será finalizada depois da confirmação dos dados do doador.

Texto: Paloma Wilm – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes

domingo, 8 de abril de 2012

Balaio do Patrimônio

A Superintendência do Iphan no Pará, em conjunto com Secult/Pa, Fumbel e parceiros, realizará, em Belém, o "Balaio do Patrimônio”, no período de 24 a 27 de abril de 2012, cujo objetivo é fomentar o diálogo acerca de políticas públicas, projetos e ações voltados a preservação e salvaguarda do patrimônio cultural.

A programação  será composta por roteiro geo-turístico, minicurso, palestra, mesas redondas, filme e oficinas, confira:


BALAIO DO PATRIMÔNIO 2012

Período: 24/04 a 27/04/2012
Local: Auditório Iphan/PA (José Malcher, esquina com Benjamim)

24 de abril de 2012
8h às 12h: Roteiro Geo-turístico “Belle Epoque” (GGEOTUR/UFPA)

14h às 18h: Mini curso “Arquivos e Política de Memória” (CMA/UFPA)

18h às 19h: Credenciamento

19h às 20h: Mesa de abertura (Representantes Iphan/Secult/Fumbel)

20h às 22h: Palestra – Balanço do PACCH no Brasil – Robson Almeida (Coordenador Nacional do PAC Cidades Históricas – Iphan)

25 de abril de 2012
08h às 12h: Mesa redonda 1: Educação patrimonial e Casas do Patrimônio – Carla Cruz (Iphan/Pa) -
Rede Casas do Patrimônio Pará / Francisco Alemberg (Fundação Casa Grande) - Casa do Patrimônio Chapada do Araripe/PE / Átila Tolentino (Iphan/Pa) - Casa do Patrimônio João Pessoa/PB

12h às 14h: Intervalo Almoço

14h às 18h: Os participantes poderão se inscrever nas oficinas 1 ou 2 no ato da inscrição. As oficinas terão duração de 8 horas e serão realizadas nos dias 25 e 26/04/12, 14h às 18h.
Oficina 1: Elaboração de roteiros geo-turísticos (GGEOTUR/UFPA)
Oficina 2: Patrimônio e Cidadania Cultural (SECULT/PA)

19h às 20h: Sessão de cinema


26 de abril de 2012
08h às 12h: Mesa redonda 2: A realização de eventos públicos em áreas tombadas: Carlos Amorim (Superintendente do Iphan/BA) - Festivais de música e Trios Elétricos / Frederico Almeida (Superintendente do Iphan/PE) - Frevo e Maracatu: O carnaval em Olinda e no centro antigo de Recife / Kátia Bogéa (Superintendente do Iphan/MA) - Festas Juninas e Bumba Meu Boi

12h às 14h: Intervalo Almoço


14h às 18h: Os participantes poderão se inscrever nas oficinas 1 ou 2 no ato da inscrição. As oficinas terão duração de 8 horas e serão realizadas nos dias 25 e 26/04/12, 14h às 18h.
Oficina 1: Elaboração de roteiros geo-turísticos (GGEOTUR/UFPA)
Oficina 2: Patrimônio e Cidadania Cultural (SECULT/PA)


27 de abril de 2012
8h às 12h: Mesa redonda 3: Registro e Salvaguarda de bens culturais: Carlos Amorim (Superintendente do Iphan/BA) - Ofício das baianas do Acarajé e o Samba de Roda / Frederico Almeida (Superintendente do Iphan/PE) - Feira de Caruaru e Frevo / Kátia Bogéa (Superintendente do Iphan/MA) - Tambor de Crioula e Bumba Meu Boi

12h às 14h: Intervalo Almoço

14h às 18h: Mesa 4: Identificação, Reconhecimento e Valorização da Patrimônio Afrobrasileiro: Rosa Acevedo - A Comunidade Taperinha: iniciativas locais e ações interinstitucionais / Camila do Valle - A cartografia dos afrorreligiosos de Belém / Alfredo Wagner -
A questão quilombola no Brasil/Amazônia: estado, organizações sociais e sociedade civil
Apresentação dos resultados das oficinas

19h às 20h: Mesa de encerramento (Representantes Iphan/Secult/Fumbel)

20h às 21h: Apresentação Cultural



Serviço:
Balaio do Patrimônio | 2012 | Belém/Pa
Período: 24 a 27/04/12
Local: Auditório do Iphan (Av. José Malcher, nº 474, Nazaré, Belém/Pa)
Inscrições gratuitas e limitadas pelo bloghttp://casadopatrimoniopa.wordpress.com/
Público alvo: gestores, técnicos, profissionais, docentes e discentes que atuam em áreas relacionadas ao patrimônio cultural e sociedade civil interessada nas temáticas abordadas no evento.
Contatos: Carla Cruz ou André Andrade
E-mails: carla.cruz@iphan.gov.br / andre.andrade@iphan.gov.br
Telefones: (91) 3224-1825 / 0699

Palestra "A Era do ferro no Pará"