Desde segunda-feira, as obras da quinta etapa do restauro da igreja de Nossa Senhora de Sant´Ana, localizada na travessa Manoel Barata, bairro do Comércio, estão paradas. O motivo é o atraso no pagamento de quatro meses de serviços prestados pela empresa Decol Engenharia. O montante de R$ 420 mil teria que ser repassado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A quinta etapa, que compreende o restauro das imagens, quadros e pintura da fachada, iniciou no dia 16 de outubro do ano passado. Segundo a arquiteta responsável pela obra, Anésia Meira, o único pagamento que foi feito foi o de novembro. “Nós já procuramos o Iphan para informar que estamos cruzando os braços por falta de pagamento. Até diminuímos a equipe para apenas 16 funcionários, mas mesmo assim ficou difícil de trabalhar sem dinheiro. Temos muitos encargos”.
Segundo a arquiteta, a medida adotada pela empresa está amparada legalmente. “A lei 8666 que rege as licitações diz que com mais 90 dias de atraso no pagamento, a empresa pode, sim, parar o serviço”.Na tarde de ontem, a empresa avisou oficialmente que iria deixar a igreja e só voltaria quando fosse feito o pagamento.
“A arquiteta do Iphan Tatiana Borges esteve aqui para ver como estamos deixando a obra. Mas antes de tomarmos a decisão de parar conversamos com a superintendente regional do Iphan e ela sempre dizia que estava verificando a situação e que não passaria de março, mas não foi o que aconteceu”.
Uma das preocupações da arquiteta é com o destino das telas e imagens sacras que já foram restauradas. Com a paralisação, as obras sacras ficaram expostas no meio da nave da igreja. “Já restauramos as 14 telas da Via Sacra e faltam apenas quatro molduras. Tem também as imagens, grande parte já está pronta também. Elas não podem ficar aqui de qualquer maneira porque pode comprometer todo o nosso trabalho”.
A reportagem procurou a Superintendente Regional do Iphan, Maria Dorotéia de Lima, mas não teve resposta. A arquiteta Tatiana Borges, que esteve ontem na igreja, disse que não poderia dar informações. (Diário do Pará)
Fonte: www.diarioonline.com.br 31/03/2011
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