Caminhar
pelo Centro Histórico da capital é uma viagem ao passado, no entanto, algumas
paisagens podem revelar um presente carregado de descaso. É o caso de imóveis
com fachadas históricas que vem se deteriorando com o tempo e ainda pertencem a
pessoas vivas.
O
resultado da atitude é a insegurança por parte de moradores que convivem
próximo a esses locais praticamente abandonados.
O
imóvel de número 472, localizado na avenida Joaquim Nabuco, Centro, é um
exemplo. O que antes era um conhecido casarão pertencente a uma família
portuguesa, hoje é apenas uma construção com a estrutura seriamente
comprometida.
É o
que conta o responsável por um estacionamento, Marcos Brito, 59. Ele paga um
aluguel ao atual dono do local – identificado apenas como “José” – e contou um
pouco sobre a história da residência.
“Aqui
morava a família Grosso, de Portugal. O pai da família era dono de uma padaria
e gostava muito de festas. As pessoas contam que toda semana essa casa ficava
cheia de gente. Ele morreu e a casa foi vendida, porém o dono não mora aqui”,
relatou Brito.
DESCASO
Um
resultado visível da falta de reformas no imóvel é a perda de aspectos
históricos da estrutura. Trepadeiras, mato e vários objetos hoje tomam conta do
local. O assoalho de madeira, que antes sustentava o piso da residência, está
com a base em decomposição, assim como tijolos que cobrem uma antiga entrada e
janela e a tinta descascada das paredes.
A comerciante
Marta Soares, 45, afirma que a situação é ainda pior em outras duas casas ao
lado do casarão. Uma delas, por exemplo, ainda possui uma placa indicando uma
antiga sede do Governo do Estado de Roraima.
“Isso
aqui é perigoso. Os ladrões e drogados se aproveitam pra se esconder aí. O pior
é que se comprarem, vai vir alguém pra dizer como é pra fazer… É muita
burocracia”, disse ela.
AUXÍLIO
O
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Amazonas
informou que entre os programas a oferecer incentivos fiscais aos proprietários
de imóveis no Amazonas está o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).
O
programa está com edital aberto até novembro pelo Sistema de Apoio às
Leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb), disponível no site do Ministério da
Cultura.
REPASSE
De
acordo com o Ministério da Cultura, R$ 300 milhões foram destinados a
proprietários de imóveis em áreas tombadas pelo Iphan em 2015, no entanto,
segundo a superintendência regional, o Amazonas não esteve incluído no repasse
neste primeiro momento.
Fonte: A
Critica