No dia 19/06 (sexta) ocorreu a
terceira edição do PROJETO CONHECER O
PATRIMÔNIO e na ocasião o espaço cultural contemplado foi o Centro de Memória da Amazônia – CMA, que se constitui em um arquivo de
fundo judiciário salvaguardando arquivos do Tribunal de Justiça do Pará-TJPA
anteriores ao ano de 1970 e tem como objetivo preservar a memória do judiciário
paraense e disponibilizar os documentos para pesquisa acadêmica e pessoal.
O acontecimento reuniu um diversificado público
em prol da análise sobre a visão de patrimônio documental conferida aos arquivos
públicos. Os participantes da mesa de abertura foram o presidente da Associação dos Agentes de Patrimônio da
Amazônia – ASAPAM, Bernardo Costa Junior, que primeiramente agradeceu a
presença de todos e frisou a importância de mais uma edição do projeto em um
campo de conhecimento tão importante como a Arquivologia. Logo após, o
professor história da UFPA, Dr. Aldrin Moura de Figueiredo, atual diretor do
Centro de Memória da Amazônia, além de agradecer e reconhecer a iniciativa do
projeto discorreu quanto a história do edifício, as ações no sentido de
constituí-lo como centro de memória, além de sinalizar a importância de se
militar no campo do patrimônio cultural.
A Sócia Colaboradora da ASAPAM, Larisse Rosa -
graduanda em Museologia e atual bolsista do CMA - mediou a mesa de debate
composta por Leonardo Torii, historiador, Coordenador do Setor de Gestão de Documentos do Arquivo Público do Pará; Lélia Fernandes atual presidente da Associação dos
Amigos dos Arquivos Públicos do Estado do Pará – ARQPEP; por fim a chefe da Divisão
de Documentação e Arquivo do Tribunal de Justiça do Pará – TJ-PA, Leiliane
Sodré Rabelo.
Leonardo
Torii discorreu sobre os procedimentos padrões e aspectos técnicos que são
utilizados ao se lidar com arquivos, em seguida exaltou o valor histórico que
possuem e apontou a potencialidade dos mesmos como suporte para a preservação
da memória e consequentemente como patrimônio documental. Na sequência Lélia
Fernandes falou das iniciativas de integralizar, por meio da cooperação em
rede, os arquivos públicos de toda a Amazônia Legal, por meio da cooperação de
instituições diversas e iniciativas nacionais, a exemplo da Rede Nacional dos
Pontos de Cultura, e finalizando ainda apresentou a atual situação dos arquivos
públicos, em especial do Pará. Leiliane Rabelo levou ao conhecimento do públio
o trabalho exercido na divisão de arquivos do TJ-PA e o sentido do seu uso como
programa de gestão documental e preservação da memória do judiciário brasileiro
e sua transversalidade com a sociedade.
Ao
fim do evento realizou-se breve palestra técnica com os bolsistas do CMA em
relação aos procedimentos adotados no centro quanto à catalogação dos arquivos
e em seguida foi iniciada visita. Os presentes tiveram acesso ao acervo do
espaço, sendo alguns arquivos de maior relevância expostos e dispostos ao
manuseio de quem tivesse interesse. Dentre as “obras raras” estava um documento
de crucial importância para a história, como: O Inventário de Antônio Lemos,
usado pela família para reaver bens perdidos durante o ataque promovido pelos
seus opositores que resultou no incêndio de sua casa, e ainda o arquivo mais
procurado e mais pesquisado do CMA: o processo original do homicídio de Severa
Romana, mulher alvo da santificação popular paraense, cujo tumulo possui
diversas homenagens. Documentos como os estatutos dos clubes do Remo e Paysandú
também fazem parte do acervo.
A
ASAPAM agradece a todos que participaram da 3ª edição do Projeto Conhecer o
Patrimônio e entende que é de fundamental importância a promoção do acesso aos
espaços de cultura do Estado, pois estes guardam uma memória que se torna cada
mais viva a partir do contato com a sociedade.
Texto: George Bruno e Verena Merícias
Fotos: Bruno Silva