segunda-feira, 30 de maio de 2011

Passeio a pé é opção de turismo em Belém

Belém está caminhando para completar 400 anos, o que ocorrerá em 12 de janeiro de 2016. Mesmo estando entre as capitais mais antigas do Brasil, o seu centro histórico só ganha notoriedade por ocasião do aniversário, transformando-se em cenário principal das comemorações e da cobertura jornalística. Ao longo do ano, o bairro Cidade Velha é pouco lembrado, assim como são escassas as iniciativas para resgatar e conservar a memória do lugar.
Para reaver a memória socioespacial do centro histórico da capital paraense, o Grupo de Pesquisa em Geografia do Turismo (GGEOTUR) da Faculdade de Geografia e Cartografia da Universidade Federal do Pará (UFPA) criou o Projeto de Extensão “Roteiro Geoturístico no bairro Cidade Velha – conhecendo o centro histórico de Belém”.
“Os turistas que vêm a Belém não têm uma boa opção de roteiro para conhecer o centro histórico, na Cidade Velha. Os próprios moradores do bairro e de outros locais da cidade pouco conhecem o lugar. Nenhuma agência de turismo oferece um percurso a pé pelas ruas do bairro. Ao percebermos essa lacuna e o potencial da Cidade Velha para o desenvolvimento do turismo patrimonial e histórico, avaliamos que seria pertinente a criação do projeto, pois atenderíamos os turistas, os estudantes, a comunidade local e o público em geral”, diz a coordenadora do Projeto de Extensão e professora da Faculdade de Geografia da UFPA, Maria Goretti Tavares.

O projeto, concebido essencialmente para desenvolver turismo de base comunitária, começou a ser elaborado pelo GGEOTUR em 2009. Para a implementação da iniciativa, foi montada uma equipe de trabalho.

PESQUISA

Com a equipe pronta, a próxima etapa foi de pesquisa bibliográfica e documental, o que aconteceu a partir de maio de 2010, sob responsabilidade dos bolsistas de extensão. Para isso, foram consultados artigos científicos, dissertações e teses. Segundo a coordenadora, a intenção era sistematizar as informações colhidas sobre o centro histórico e usá-las para a produção de pequenos textos, que serviriam de base para as falas dos integrantes ao longo do roteiro.
A partir das informações reunidas, a equipe definiu o trajeto que seria percorrido. O roteiro sempre inicia em frente ao Forte do Castelo. Goretti Tavares explica os motivos pelos quais a cidade “nasceu” ali. “Utilizamos elementos da Geografia, da Geopolítica, da História, da Arquitetura e a ressignificação do turismo, neste caso, o de base comunitária, para entendermos a complexidade da formação do centro histórico. Desta forma, podemos compreender, por exemplo, o motivo da existência do Forte do Castelo, que foi uma das estratégias utilizadas pelos portugueses para a ocupação do que hoje entendemos por Amazônia”.
A primeira edição do roteiro geoturístico foi realizada em 12 de janeiro de 2011. A escolha da data não foi aleatória, já que se tratava do aniversário de 395 anos de Belém. Os pontos visitados no roteiro de estreia foram mantidos nas edições subsequentes.
Desde então, o roteiro vem sendo realizado a cada 15 dias, aos sábados, com saída às 8h, seguindo, basicamente, o mesmo caminho. Após cada edição do roteiro, a equipe se reúne para avaliar a atividade. Nesse momento, é levada em consideração a ficha de avaliação preenchida pelos participantes. O documento é considerado como um termômetro do trabalho desenvolvido. “Esta ficha contém críticas, observações, sugestões e dicas dos participantes e nos ajuda a melhorar o roteiro. Dependendo da viabilidade, podemos incluir outros pontos no passeio e mudar detalhes da programação. É muito importante essa avaliação de quem participa”.

OBJETIVO

Outro objetivo do projeto é chamar a atenção do poder público para o cumprimento de suas competências administrativas. “É preciso provocar o poder público para que se cuide, por exemplo, da arquitetura dos prédios antigos e da limpeza da cidade. Como queremos que o turista venha a Belém se a cidade não for bem administrada e considerada um lugar agradável por esse visitante?”, pondera Goretti.
A professora destaca, ainda, que a iniciativa pode contribuir para o desenvolvimento local (econômico e social), hoje, carente de ações voltadas ao turismo. Para manter-se em atividade, o projeto depende de recursos financeiros. Atualmente, são parceiros a UFPA - por meio da Pró-Reitora de Extensão, a Paratur e a Secretaria Municipal de Turismo (Belemtur). Para junho, é possível que o roteiro inclua o Ver-o-Peso e, para o segundo semestre, estão previstas edições nos bairros Reduto e Campina.
“Com o decorrer das atividades, recebemos o retorno do nível de satisfação dos participantes, que se mostram entusiasmados com o roteiro. Um dos comentários mais comuns é sobre o ineditismo da iniciativa. Isso nos motiva a tentar melhorar ainda mais. Outro ponto importante é a aproximação dos estudantes envolvidos com o objeto de estudo, no caso, o centro histórico na Cidade Velha”.

EQUIPE DE TRABALHO

Além da coordenadora Goretti Tavares, integra o projeto quatro estudantes da Graduação de Geografia – com bolsas da Pró-Reitoria de Extensão –, uma técnica da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), um docente do Campus de Marabá, um aluno do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPA e, mais recentemente, três estudantes da Escola de Aplicação da Universidade, contemplados pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - Ensino Médio (Pibic-EM).

ROTEIRO

Forte do Castelo, Feira do Açaí, praça Frei Caetano Brandão, Igreja da Sé, rua Siqueira Mendes (antiga rua do Norte, 1ª rua de Belém), Casa Rosada, Fábrica do Guaraná Soberano, Praça e Igreja do Carmo, rua Joaquim Távora, Largo e Igreja de São João, rua Tomázia Perdigão, Palácio do Governo, Prefeitura (onde também funciona o Museu de Arte de Belém), praça Dom Pedro II, Instituto Histórico e Geográfico do Pará, Praça do Relógio e Museu do Círio.

COMO PARTICIPAR

O público é composto por 30 pessoas, em média. São estudantes, professores, moradores da Cidade Velha e de outros bairros, além de turistas. Os interessados podem se inscrever por e-mail (roteirosgeoturisticos @gmail.com) ou comparecer no dia marcado, no local de saída do roteiro. Uma vez cadastrado, o participante receberá a ficha de avaliação e informações sobre as próximas edições. (Ascom/UFPA)
Fonte: www.diarioonline.com.br 30/05/2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

'Açaí Literário' da Uepa debate cultura regional

Valorização da cultura regional e do imaginário popular e aplicação desses temas em sala de aula. Esses são os objetivos do "Açaí Literário - Rios do Imaginário, Becos das Lembranças na Cultura e História Paraenses", evento promovido pelo Curso de Letras da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que acontece nesta quinta-feira (26), no Campus de Moju, no nordeste do Estado.  
A programação do "Açaí" começa com a palestra "Mitos e lendas: suas importâncias e diferenças", ministrada por alunas de Letras, seguida de apresentação teatral sobre a lenda do boto. As atividades incluem ainda um bate-papo com o escritor paraense Walcyr Monteiro, que pela primeira vez vai ao campus, e apresentação de documentários produzidos por graduandos do curso. Alguns deles são "História da Origem do Município de Moju", "Recriando o Imaginário Mojuense" e "Festival do Abacaxi: 30 anos de história, cultura e tradição".  
O "Açaí Literário" é destinado a alunos e professores da Uepa e de outras instituições de ensino e a toda comunidade do município. A participação no evento dará direito a certificado com carga horária de 10 horas/aula. O nome sugestivo do evento também inspira o almoço dos participantes: será servido açaí com camarão, charque, tapioca e farinha d’água.  Segundo a coordenadora do evento, professora Simone Menezes, a proposta é integrar a comunidade e a universidade. “Fazer com que a comunidade tenha o conhecimento de que a cultura paraense é rica no imaginário popular, como também a nossa própria história tem um valor acadêmico muito grande. Nós vamos discutir valores sociais, culturais, memórias e identidade do povo, principalmente”, conta. 
A coordenação do evento explica ainda que o "Açaí Literário" é um convite a levar temas regionais para sala de aula. “As escolas trabalham com livros didáticos voltados para histórias que não são as nossas, são descontextualizadas. Então nos convidamos a comunidade para mostrar que podemos trabalhar a nossa cultura dentro da sala de aula. Fugiríamos do livro didático voltado para a região sudeste do país. Por isso, estamos mostrando o trabalho e as pesquisas dos alunos sobre a memória das cidades de Moju, Abaetetuba e Igarapé-Mirim”, afirma Simone.

 Serviço   
Para participar o interessado deve entrar em contato com a coordenação do campus. Contato: (91) 3756 1350 ou na avenida das Palmeiras, 485, no Bairro Aviação, em Moju.  (DOL, com informações da Agência Pará)

Fonte: www.diarioonline.com.br 26/05/2010

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mercado de São Brás permanece maltratado

Distante do centro histórico da cidade, mas também construído no período de glórias da borracha - conhecido como Belle Époque -, o Mercado de São Brás completou 100 anos de fundação ontem, dia 21. Em 1911, sob então intendência de Antônio Lemos, o Pará ganhava um importante estabelecimento comercial, criado para suprir as demandas de transporte e comercialização de mercadorias na estrada Belém-Bragança. A obra projetada pelo arquiteto italiano Filinto Santoro possui estrutura construída em ferro e o estilo do prédio é eclético, com detalhes escultóricos também em ferro e azulejos art nouveau. Foram empregados ainda materiais e mão de obra estrangeiros.
A distância geográfica do núcleo urbano onde se situa boa parte do patrimônio predial de Belém revela a grave e notória diferença quando se trata de preservação do conjunto arquitetônico da capital.

Mercado poderá ter novo uso
A administração é feita pela Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Economia (Secon) – por conta das atividades de feira no local. São aproximadamente 500 feirantes trabalhando no mercado, com venda de carne, peixe, artesanato, móveis e confecções.
Tombado pelo patrimônio histórico municipal e estadual em 1982, a estrutura arquitetônica está longe de ser gerida e tratada como tal. Depois de pelo menos três grandes reformas, o mercado teve a planta redesenhada e sua estrutura interna é muito descaracterizada. Até um teatro já existiu lá dentro, mas foi desativado para nova reordenação do espaço, na década de 1990.
A última reforma realizada em 2010 – que, de acordo com o diretor geral da Secon, Luiz Carlos Silva, foi feita conforme orientações de técnicos do Departamento de Patrimônio Histórico, da Fundação Cultural de Belém (Fumbel) – foi polêmica. Os dois pares de chifres dos bois que adornam a porta principal do Mercado de São Brás teriam recebido tintas pretas inadequadas. “Eles continuam pintados, mas a cor original é a cor de chifre de boi”, admite o diretor geral.
Essa é apenas uma das constatações de má conservação do espaço, que já teve o telhado praticamente todo alterado, em reformas ineficientes. “A estrutura foi trocada por fibras de cimento e agora é de alumínio com manta asfáltica e compensado, o que piora o calor lá dentro. Com isso, aumentam também as infiltrações”, diz, acrescentando que pelo menos uma vez por ano são feitas intervenções no teto, nas calhas e paredes.
Além disso, mesmo com intenso fluxo de pessoas, não há segurança no ambiente interno nem externo. Segundo o diretor geral da Secon, a responsabilidade pela contratação de segurança especializada é dos próprios feirantes. A PMB disponibiliza apenas uma viatura da Guarda Municipal, que faz rondas no entorno.
Com esse cenário, não são raros os casos de furtos e assaltos na praça Floriano Peixoto, que abriga o mercado. Nesse contexto, Luiz Carlos admite que já são previstas novas propostas de utilização do Mercado de São Brás. “Estamos pensando em algo voltado para manifestações culturais, mas temos primeiro que achar uma solução para os feirantes. Não temos previsão para quando essa mudança poderá ocorrer e temos que ter cuidado para não criar expectativas”, conclui.
O mau uso do espaço do mercado e as quase inexistentes políticas de conservação são pontuados com muito vigor pela professora e arquiteta Jussara Derenji. Ela considera o uso atual um sub-uso, sendo muito modesto para um prédio de valor arquitetônico e histórico e que, por estas razões, foi tombado. “Ele foi pensado para ser um mercado moderno, no início do século XX, e poderia ser, como em outras cidades, um mercado cuidado e até sofisticado”, opina.
Que outras medidas podem ser importantes para a conservação do patrimônio? A professora explica que a restauração é um passo importante, “mas inócuo se não houver um uso adequado e a conservação permanente”, enfatiza.
A professora destaca ainda que internamente o prédio foi despido de muitas das características originais, a solução de telhado também não foi muito bem sucedida, a iluminação é desfavorável aos ornamentos e a conservação estaria em péssimas condições. E completa: “O cenário do entorno é reflexo direto do descaso com o patrimônio. Nenhum uso proposto ou desejável poderá ter êxito se não houver um planejamento que se preocupe, além do uso adequado à importância do prédio, com acesso, estacionamentos, segurança”, analisa.
FILINTO SANTORO
Filinto Santoro, engenheiro italiano, foi também cônsul da Itália no Pará, onde permaneceu de 1900 a 1912. Trabalhou no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas e Bahia fazendo residências da burguesia e da elite política. Foi também jornalista e dedicou especial atenção à educação de italianos no Brasil. Outras obras em Belém: o Colégio Gentil Bitencourt, o Palacete Montenegro, hoje Museu da UFPA, a sede do jornal “A Província do Pará”, hoje o colégio estadual IEP, além de várias casas na rua Joaquim Nabuco, na avenida Nazaré e na Governador José Malcher. Fez projeto para um palácio de governo municipal que seria construído na Presidente Vargas.(Diário do Pará)

Fonte: www.diarioonline.com.br   22/05/2011

Terra Firme encerra I Gincana sobre história e memória

Museu Goeldi e Ibram realizaram evento durante a Semana de Museus para promover a integração entre jovens de várias escolas e instituições do Bairro da Terra Firme. O bairro abriga um dos pontos de memória apoiados pelo Ministério da Cultura.

Com intuito de resgatar a memória do bairro e prover conhecimento sobre o passado e o presente da comunidade, realizou-se uma gincana cujo público-alvo foi composto de jovens de 12 a 20 anos.O encerramento da I Gincana “História e Memória do Bairro da Terra Firme”, que aconteceu na última sexta-feira, dia 20 de maio.
“Isso aqui é um trabalho maravilhoso” diz  Maria Francisca de Araújo Santos, conhecida pela comunidade como “Chicona ” e conselheira do Ponto de Memória, no ato do encerramento: “É uma vitória, pois a mídia só mostra a nossa derrota”, desabafou ao se referir à cobertura da imprensa onde prevalecem eventos de violência. Os pontos de memória são fruto de um projeto do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério da Cultura, para estimular a valorização de comunidades afetadas pela violência urbana.
O evento aconteceu na Escola Estadual Brigadeiro Fontenelle e reuniu jovens de instituições, como Centros Comunitários e Pontos de Cultura como o Pólo São Pedro, além de estudantes de várias escolas de todo o bairro dentro do espírito competitivo e marcado pelo respeito entre as equipes. Da competição constava entre outros desafios, a composição de músicas, a fotografia, o teatro, o vídeo e também a criação de uma logomarca para o Ponto de Memória. No final, duas equipes empataram, mas a “Sementes da Terra” (Pólo São Pedro) foi a vencedora. Numa demonstração de espírito desportista que pautou o evento, ao receber o terceiro prêmio, um aluno de uma das outras equipes disse: “Eu espero que várias iniciativas como esta venham para o bairro, pois foi um prazer enorme competir com vocês”. Como premiação, as equipes receberam kits educativos e medalhas pela participação.
Educação contra a violência - Dara Santos, que participou da gincana, falou que eventos dessa natureza são importantes, pois “o índice de violência no bairro é muito alto e a partir dessas pequenas iniciativas nós podemos conseguir mudar essa realidade”.  
Segundo o membro do Conselho Gestor do Ponto de Memória da Terra Firme, Benedito Costa, a gincana foi uma ação do projeto, em parceria com o Museu Goeldi, com o objetivo “estabelecer uma parceria com as escolas e instituições e divulgar o projeto entre os jovens”. Os Pontos de Memória compõem um programa nacional do Ibram em parceria com o Programa Nacional de Segurança Cidadã (Pronasci).
Promovida pelo Conselho Gestor do Ponto de Memória da Terra Firme e pelo Museu Goeldi, a gincana tinha como objetivo reunir jovens do bairro em atividades que reafirmassem a identidade e a memória da Terra Firme. Numa parceria de duas décadas, a educadora do Museu, Helena Quadros frisou que esse tipo de evento é importante para a “afirmação da identidade das pessoas do bairro”.

Texto: Anderson Fattori.
Edição: Jimena Felipe Beltrão. 

Fonte: www.museu-goeldi.br

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Riquezas e contrastes do Mercado de São Brás

Imponente, com uma cobertura feita de ladrilhos em preto e branco, paredes amarelas com quase um metro de largura e uma calçada extensa, surgia, no dia 21 de maio de 1911, o Mercado de São Brás. Ele enfeita Belém desde o ciclo da borracha com sua mistura de elementos neoclássicos com art nouveau, onde o ferro e o vidro pontuam como matéria-prima, escolhas do arquiteto italiano Filinto Santoro.
“Eu vim visitar um amigo que trabalhava aqui e acabei ficando por aqui mesmo. Passei por cada coisa, tenho muitas histórias nesse mercado, lembro da época da ditadura quando fomos retirados daqui pra uma feira livre na Praça do Operário e de lá para a feira da 25, e depois voltamos pra cá, quando só ficaram aqui os vendedores de artesanato”, relembrou o feirante Geraldo Lisboa Sales, 69 anos.
Alimentando os frequentadores e trabalhadores do mercado há 48 anos, Geraldo conhece bem a história do local: “ali onde ficam os dois castelos funcionavam banheiros públicos, e o prédio do meio era um albergue, Isso na época que a estrada de ferro passava por aqui e a movimentação era grande com as pessoas indo e vindo do interior. Hoje o albergue virou praça de alimentação, onde eu trabalho e afirmo que, se não fossemos nós limpar, ninguém faria”, completa.
Ele enfatizou que o melhor de ser feirante é o trabalho com o público. “É a melhor coisa, tem que passar muita credibilidade para conquistar fregueses. Eu adoro esse prédio porque já aprendi muita coisa aqui, no dia a dia”, apontou.
No complexo também são comercializados produtos de artesanato, pet shops, vestuário, mobília, artigos de umbanda, ervas, e conserto de ventilador a sapatos, CDs e DVDs, passando pelos tradicionais barbeiros e engraxates.
Outra que está na feira há um bom tempo – 38 anos – é a vendedora de tempeiros Conceição Lima, 79 anos. “Eu não era de feira, mas com a morte do meu marido que era comerciante, eu tive que enfrentar a vida e vim pra cá trabalhar, gosto muito das amizades e dos clientes”, contou.
Atuando há 30 anos como sapateiro, ofício que herdou do pai e já passou para o filho, José Ribamar Sodré da Silva disse que o mercado anda desprestigiado pelo público nos últimos anos. “Tenho alguns fregueses fiéis, mas antes de estar funcionando o Passe Fácil aqui dentro, o movimento andava menor, não entendo por que retiraram a parada de ônibus daqui da frente do mercado, nesse tempo era muito bom por que muita gente descia aqui e agora as pessoas têm que atravessar de lá da José Malcher e aí fica mais difícil”, pontuou.
O sapateiro acha que é preciso divulgar melhor o Mercado de São Brás – que fica num lugar estratégico, no cruzamento entre as avenidas Almirante Barroso, Magalhães Barata e José Bonifácio - assim como zelar mais por ele, conservar o espaço e limpar regularmente. “Acho que os marginais e ‘papudinhos’ que circulam por aqui espantam as pessoas, então precisamos de mais segurança aqui e lá embaixo no túnel, precisamos melhorar e divulgar esse mercado por que do contrário as pessoas esquecem que tem uma variedade grande de serviços que podem encontrar aqui”.

Feirantes querem que mercado seja modelo

Frequentador assíduo, o verdureiro Raimundo dos Santos acha o mercado tranquilo, onde encontra artigos de qualidade: “sempre faço minha feira aqui e há uns dez anos almoço aqui na barraca da Madá, a carne assada é uma delícia”.
A dona de casa Maria José Gomes de Castro recorre muitas vezes ao mercado por achar os supermercados muito caros e pouco convidativos. “Aqui o ambiente é melhor e o preço mais em conta, compro vassoura, farinha, de tudo mesmo, venho umas quatro vezes na semana”.
A Presidente da Associação de Empreendedores do Mercado de São Brás, a vendedora de ervas Rosana Araújo, apontou como uma das principais dificuldades enfrentadas a falta da segurança no prédio e áreas nos arredores. “Antes existia um posto da guarda municipal, mas o prefeito mandou retirar daqui, se você olhar a praça virou abrigo, assim como o subterrâneo que devia servir como estacionamento e depósito”, citou.
Segundo ela, a limpeza do complexo é feita por uma cooperativa de limpeza contratada pela associação, já que a prefeitura lava apenas a área externa do mercado, a cada dois meses.
“O espaço está deteriorado, aqui no mercado central temos muitas goteiras, infiltrações nas paredes, precisamos do apoio do poder público para que dure mais 100 anos”, arrematou Rosana, acrescentando que os feirantes desejam transformar o São Brás em um mercado modelo.
Luiz Carlos Silva, diretor geral da Secretaria Municipal de Economia, informou que foi feita uma reforma ano passado no telhado do mercado central. “Mas vamos precisar reformar esse telhado novamente por conta das infiltrações e goteiras, assim como o telhado da praça de alimentação, as obras começam assim que terminar o período chuvoso”, afirmou.
Quanto ao posto da guarda municipal que foi retirado e a falta de segurança no mercado, onde recentemente aconteceu a morte de um morador de rua que foi esfaqueado, ele admitiu que apenas o mercado do Ver-O-Peso ainda possui um posto fixo.
Ele disse que em São Brás o policiamento é feito por dois policiais militares que ficam no complexo das 6h às 18h. “Tem ainda uma viatura da PM que passa de hora em hora, mas nós sabemos que não é o suficiente para resolver o problema social dos moradores de rua que vivem no entorno e no próprio subterrâneo do mercado, apesar de que a iluminação pública foi recuperada e isso ajuda a diminuir a criminalidade no local”, acrescentou Silva.

PROGRAMAÇÃO

Nesta sexta-feira (20), a Polícia Civil e da Delegacia Regional do Trabalho emitem a 1ª via das carteiras de Identidade e Profissional durante toda a manhã.
No sábado, o dia do centenário, a programação inicia às 8h30 com uma cerimônia inter-religiosa que contará com representantes das Igrejas Católica, Evangélica e do movimento Umbandista.
Depois disso, o mercado será envolvido num abraço simbólico e, na sequência, a banda musical da Guarda Municipal de Belém fará uma participação e todos serão convidados a cantar os parabéns ao Mercado de São Brás. (Diário do Pará)

 

Fonte: www.diarioonline.com.br 20/05/2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Chancela do Iphan em tombamentos cria expectativa

No último dia 3, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) finalizou o processo de tombamento dos bairros Campina e Cidade Velha, a porção mais antiga da cidade, datados de 1616. A decisão acatada no último 3, em Brasília, vai abranger uma área de 3.000 edificações tombadas. Belém tem hoje 23 monumentos tombados pelo Iphan. Desse total, 17 bens estão inseridos nos bairros da Campina e Cidade Velha. Os dois bairros formam o perímetro do centro histórico de Belém, que já é tombado por lei
municipal.
Com o tombamento na esfera federal, a área se habilita para receber acesso a políticas e recursos públicos da união. O “selo” federal, como define a superintendente do Iphan no Pará, Maria Dorotéa de Lima, irá possibilitar para conseguir verbas e projetos para as áreas. Além da tão esperada recuperação do casario colonial, relegados a segundo plano nas políticas de restauração anteriores.
Em entrevista ao repórter Leonardo Fernandes, do Caderno Você, Maria Dorotéa de Lima explica o que poderá mudar com o tombamento, qual a atual condição dos bairros e quais alternativas estão sendo pensadas para o centro histórico da cidade.
P - Como era antes e o que muda agora com o tombamento?
R - Antes a gente tinha 23 bens tombados na cidade. Os dois bairros abrangiam 17 desses bens, incluindo dois conjuntos arquitetônicos: o do Ver-o-Peso e a praça Frei Caetano Brandão. Além disso, dos palacetes Pinho, Antonio Lemos e Lauro Sodré, Igreja de Santanna, Igreja do Rosário, Theatro da Paz e cemitério da Soledade. A área tombada é praticamente coincidente com a área já tombada pelo município de Belém. Mas agora a diferença é que se incluiu o casario do entorno, correspondendo a mais de 3.500 imóveis tombados. Em vez de criar enclaves com o tombamento de edifícios, a proposta é incluir todo o bairro dentro do projeto de preservação. Dessa forma, garantimos que não acontecerão descaracterizações do complexo arquitetônico.
P - Por que houve a necessidade de um tombamento federal? O tombamento municipal não dava conta disso?
R – O Iphan recebe muita demanda para resolver coisas que a gente não tinha como interceder porque fugia da nossa área de atuação. Agora, com a possibilidade de criação de uma legislação federal, irá unir as diferentes legislações sob um único teto jurídico, digamos assim. Quem continua administrando a área é o município, mas toda e qualquer intervenção nesse espaço deverá acatar nosso parecer. Sem contar que o tombamento federal funciona como um “selo” para conseguir verbas e projetos para o local. Mas a lei federal ainda vai ser discutida. Como se sobrepõe às demais, o nosso interesse não é que ela entre em conflito. (Diário do Pará)

Fonte: www.diarionline.com.br 18/05/2011

Etnografia e Museus: caminho para entender a memória de um povo

Estudos, acervos e tecnologia audiovisual são recursos estratégicos na revelação de cultura
 
Agência Museu Goeldi – No seu terceiro dia de atividades, a programação do Museu Goeldi na 9ª Semana Nacional de Museus debate a relação entre Museu e Memória, um diálogo entre linguagens contemporâneas em espaços museais de ciência. O segundo dia do seminário abordou pesquisas e ações educativas, onde o foco são as estratégias para a preservação do patrimônio cultural e científico.

A vila de Joanes, localidade no município de Salvaterra, no Arquipélago do Marajó, foi analisada pela professora da UFPA, doutoranda em Antropologia, Luzia Gomes. As cerâmicas Marajoara e Aruã, vestígios de ancestrais que viveram na região muito antes da chegada dos europeus, são peças importantes para entender o contexto dos moradores que vivem na vila.

Em 1986, durante a construção da Escola de Ensino Fundamental de Joanes foi encontrado sítio arqueológico que abriga restos de cerâmicas do povo Marajoara, que viveu na região por volta de 400d.c., e Aruã, que viveu entre os anos de 1300 a 1650 d.c.

Segundo Luiza, “Joanes se torna um lugar especial, porque os moradores têm uma relação única com o lugar e eles querem que as peças fiquem na vila”. A vontade de preservar e conhecer os vestígios arqueológicos dos seus ancestrais é tão forte que os moradores querem a construção de um Museu na região. A professora considera que “a construção social do presente, através da memória, produz relações sociais e afetivas que criam diferentes representações”.

Ambiente e Patrimônio – Em outro momento do evento, o biólogo e coordenador do Serviço de Educação do Museu Goeldi, Luiz Videira, apresentou sua experiência à frente do projeto “Educação Ambiental e Patrimonial” desenvolvido pelo MPEG em parceria com a Mineração Rio do Norte.
Com a finalidade de fazer um levantamento dos sítios arqueológicos que direta ou indiretamente pudessem ser afetados pelas atividades da mineradora, o projeto desenvolvido em Trombetas realiza ações de valorização da produção de objetos em cerâmica que resultaram no resgate e na valorização da “cultura do barro” naquelas localidades. Segundo Luiz, “O projeto levantou a autoestima das pessoas dessa região que não compreendiam o quanto o conhecimento imaterial que eles têm é importante”.

A importância das reservas técnicas e da guarda de coleções por museus como o “Emílio Goeldi” também foi tratada durante as discussões. O mestrando e bolsista da Coordenação de Ciências Humanas do MPEG, Carlos Chaves, destacou o papel das reservas técnicas e das coleções como memórias étnicas. Segundo Carlos, que estuda há dez anos a cultura caiapó, “As coleções são estigmatizadas, como lugares de objetos sem vida, um grande depósito. Mas não são. Os etnólogos têm o trabalho de contextualizar e interagir esses objetos com seus produtores”. A Reserva Técnica de Antropologia do Museu Goeldi guarda e conserva 15 mil itens, dos quais, 70 % são de origem indígena.
Durante a manhã da terça-feira, foi realizada sessão de vídeos, na qual foi apresentado o filme “Filhos do Barro” (2011, Brasil), 15min, de Vitor Lima. Sobre a história relatada no filme, o educador do Museu Goeldi, Luiz Videira e coordenador do projeto de Educação Ambiental e Patrimonial, desenvolvido na região do Trombetas, área de exploração da Mineração Rio do Norte, contou sobre o  trabalho que foi desenvolvido a partir de atividades de metodologia participativa com a comunidade.

A iniciativa envolveu as crianças, indagadas sobre quem eram os primeiros moradores daquela região, ao tempo que se apresentava o ambiente em que eles vivem e “fazendo visitas a pessoas que eles consideram as mais importantes para a comunidade”, relembra Luiz Videira,

Cultura do barro: memória e valor – Segundo Videira, “nessa comunidade só havia três pessoas fazendo arte com a cerâmica, de maneira tradicional rudimentar.” Os demais, segundo o educador, “achavam isso uma atividade de índio e preferiam a panela de alumínio ou de aço inox do que aquela de barro, considerada um atraso.” Em realidade, “As pessoas, também, foram deixando de fazer essas panelas de barro, porque se sentiam desmotivadas, pois era um trabalho muito desvalorizado, onde se gastava muito tempo para fazer uma panela em troca de pouco oferecido pelos compradores.”

Como estratégia, a equipe do projeto procurou “agregar o maior número de pessoas em outras oficinas até introduzi-las na parte da cerâmica.” Numa fase posterior, três senhoras da comunidade, que ainda faziam panelas de barro, passaram a dar aula para as comunidades com um intuito de valorizar o conhecimento que elas possuíam. O trabalho incluía desde a coleta da argila até a modelagem e o cozimento das peças. O envolvimento das pessoas na confecção dos utensílios levou-os a “perceber a importância do conhecimento esquecido”, relata Videira.



Entre a tradição e as novas tecnologias na escola indígena – Através da aplicação de tecnologia audiovisual, a Dra. Ivânia dos Santos Neves, coordenadora do Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura da UNAMA, trabalhou junto aos índios Aikewára, grupo  que beirou a extinção na década de 1960 e hoje conta com cerca 300 habitantes, dos quais 200 são crianças. Com a apresentação de dois vídeos - “Tekwaeté: A rede Aikewára” (Brasil, 2011), 6min; e “Tapi'i'rapé: O Caminho da Anta” (Brasil, 2011), 10min, dirigidos por Maurício Neves Corrêa e Ivânia dos Santos Neves -, a professora relatou a experiência de projeto,  apoiado pela Unesco e pelo projeto “Criança e Esperança”, denominado “Crianças Aikewára: entre a tradição e as novas tecnologias da escola”.

O trabalho com as sociedades indígenas envolveu narrativas orais, como complemento do visual: “Os pajés quando vão contar uma história não usam somente a ‘língua falada’, eles também utilizam a pintura corporal, por exemplo, para complementar a sua fala”.

O projeto, concluído em 2010, tinha como objetivo fazer com que os índios se vissem na televisão” e, para tal, “se apropriou da tecnologia como uma reafirmação da identidade Aikewára”, conclui a professora.

Texto: Lucila Vilar e Anderson Fattori.
Edição: Jimena Felipe Beltrão.
Fonte: www.museu-goeldi.br 18/05/2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Patrimônio e memória do Parque do Museu Goeldi

Trilha da memória conta a história das edificações e dos monumentos da mais antiga área de lazer da cidade

 Agência Museu Goeldi – Dentro da programação da 9ª Semana Nacional de Museus, o Museu Paraense Emílio Goeldi preparou uma exposição que volta ao passado e conta a história dos monumentos e das edificações encontradas no Parque Zoobotânico. Com 116 anos de existência, esse espaço de lazer e educação, encravado no coração da cidade de Belém, é o mais antigo do país e abriga um importante conjunto paisagístico, com edificações e monumentos dos séculos XIX e XX, e espécies da flora e fauna da região amazônica.
A exposição “Parque Zoobotânico: patrimônio e memória” é composta de painéis instalados junto a prédios e monumentos, onde constam fotografias antigas e textos sobre a história de cada um. O Parque Zoobotânico é tombado como Patrimônio Histórico pelo Iphan (Portaria no. 235, de 14 de julho de 1993) e pela Secretaria de Cultura do Pará.
Nove edificações e monumentos foram selecionados para compor a trilha da memória. A seleção se baseou na importância histórica e artística e também na preferência de que usufruem junto aos visitantes do Parque. Segundo o coordenador de Comunicação e Extensão do Museu Goeldi, Nelson Sanjad, “a mostra tem como finalidade valorizar tanto o patrimônio construído ao longo de cem anos no Parque Zoobotânico, espaço geralmente percebido apenas como zoológico, quanto as lembranças de todos nós, que visitamos esse mesmo espaço desde crianças e brincamos pelos canteiros e prédios como o Castelinho”.
A mostra integra o Programa de Revitalização do Parque Zoobotânico, que está recuperando os prédios históricos e os recintos dos animais com base em um novo Plano Diretor.
A exposição poderá ser vista a partir desta quarta-feira, dia 18, no Parque Zoobotânico, situado à Avenida Magalhães Barata, 376, em Belém.

Patrimônio numa trilha de memória – Confira a seguir os pontos do caminho que conta a história do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna (Rocinha)
Rocinhas eram vivendas rurais localizadas na cidade. Eram utilizadas como casa para temporadas de descanso. A Rocinha do Museu Goeldi foi construída em 1879, e pertenceu a Bento José da Silva Santos.
Em 1895 foi adquirida pelo Governo do Pará para a instalação do museu, e passou a abrigar uma exposição permanente, gabinetes e a biblioteca.
A preservação da arquitetura foi mantida, e hoje abriga exposições de longa duração.
Sua fachada foi adotada como logomarca da instituição, por ter grande valor arquitetônico, artístico e histórico. 

Castelinho
Inaugurado em 1901 como uma das principais atrações do Parque Zoobotânico, o conhecido ‘Castelinho’ era, na verdade, uma caixa d’água disfarçada. O próprio Emílio Goeldi concebeu a edificação, aproveitando a estrutura elevada para criar um mirante que permitisse a vista do parque e da rua. Sob o mirante e a caixa d’água, foi instalada uma gaiola para a exibição de corujas. A construção simula ruínas de um castelo, com catacumbas de teto abobadado. O conjunto incluía um lago com vitórias-régias, cuja forma imitava o Mar Negro, na Rússia. A visita ao local logo se tornou um hábito para muitos moradores de Belém, que ali permaneciam até a noite para testemunhar a abertura das mágicas flores da planta aquática. O lago desapareceu com o tempo, mas deverá ser reconstruído quando o espaço for restaurado, tal como no projeto original de Goeldi.

Herma de Spix e Martius
‘Hermas’ são esculturas de meio-busto apoiadas sobre colunas, geralmente de caráter comemorativo. As hermas do Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi foram doadas pela Academia de Ciências da Baviera, na Alemanha, em memória dos naturalistas Johann Baptist von Spix (1781-1826) e Karl Friedrich von Martius (1794-1868), os quais viajaram pelo Brasil entre 1818 e 1820. O monumento foi criado pelo artista Karl Kiefer e inaugurado em 22 de junho de 1908, juntamente com o busto do fundador do museu, Domingos Soares Ferreira Penna, instalado no lado oposto da Rocinha. A correspondência entre os monumentos demarca, no espaço construído, os elos entre o passado e o presente, entre uma época em que estrangeiros dominavam o cenário científico e outra em que a nação brasileira despertava para a ciência. 

Busto de Domingos Soares Ferreira Penna
Esculpido pelo mexicano Rodolfo Bernardelli, o busto homenageia o fundador do Museu Paraense Emílio Goeldi, o mineiro Domingos Soares Ferreira Penna (1818-1888). Está assentado em um pedestal de granito, onde é possível ler as seguintes inscrições: “D. S. Ferreira Penna, 1818-1888, Iniciador da idéia do Museu Paraense”; “Geógrafo e Etnógrafo”; “Filho da terra mineira, conhecedor profundo da natureza amazônica, onde viveu e morreu”; “Mandado erigir pelo Governador Montenegro”. 
Recinto das onças pintadas
O recinto das onças foi construído em 1897. Sua estrutura original agregava, além das jaulas, duas torres em cada um dos lados, sendo uma para a exibição de macacos e outra para as araras. O recinto foi reformado várias vezes ao longo do tempo, perdendo suas características originais. Atualmente, é composto por três ambientes para onças pintadas e por espaços menores para o manejo dos animais. 
Espaço Ernst Lohse – Livraria
Esta casa foi construída em 1902 para abrigar o Laboratório Fotográfico do Museu Paraense Emílio Goeldi. O nome atual do prédio homenageia o fotógrafo, desenhista e litógrafo alemão Ernst Lohse (1873-1930), que trabalhou na instituição entre 1897 e 1911, e no final da década de 1920. Atualmente o espaço abriga a Livraria do Museu.

Pavilhão Emília Snethlage
O prédio foi construído para abrigar oficinas de marcenaria, litografia, herborização e de preparação de couros e peles para as coleções científicas. Reunia o maquinário e os demais recursos necessários para a fabricação de mobiliário, e para a impressão de estampas que ilustravam as publicações da instituição. Em 1986, o prédio foi restaurado e batizado de Pavilhão Emília Snethlage, em homenagem a uma das mais importantes ornitólogas do Brasil, pesquisadora do museu entre 1905 e 1921, e autora do primeiro grande levantamento de espécies de aves amazônicas. Atualmente, o prédio tem uso administrativo, abrigando a Diretoria do museu.  

Aquário Jacques Huber
É o mais antigo aquário público do Brasil. Inaugurado em 1911, possuía traços art nouveau, e exibia peixes amazônicos, incluindo o pirarucu. Na reforma realizada em 2008-2009, as torres laterais que o caracterizavam foram reconstituídas, em alusão ao antigo projeto arquitetônico. O prédio foi ampliado para a exibição de serpentes e quelônios e para a melhoria na área de manejo dos animais.

Biblioteca de Ciências Clara Maria Galvão
Com características ecléticas, o prédio já foi uma residência no final do século XIX, biblioteca científica, e mais tarde a Biblioteca de Ciências Clara Maria Galvão, dedicada ao atendimento de estudantes e professores do ensino fundamental e médio. Atualmente, o prédio abriga o Serviço de Educação da Coordenação de Museologia, incluindo a Biiblioteca e o Clube do Pesquisador Mirim. O nome do edifício homenageia a bibliotecária Clara Galvão, funcionária do museu e esposa do antropólogo Eduardo Galvão, pesquisador e ex-diretor da instituição.

Texto: Lissa de Alexandria
Edição: Lílian Bayma e Jimena Felipe Beltrão

Fonte: www.museu-goeldi.br 17/05/2011




Acervo de Vicente Salles é aberto à consulta

O resgate da própria identidade cultural. Eis o motor que motivou dois anos dedicados exclusivamente a recuperação de um extenso e raro acervo com cerca de sete mil títulos, entre discos, fitas cassetes, fitas de rolo, vinis, CDs, livros e partituras de grandes nomes da música paraense. O acervo, que reúne de relíquias dos séculos XIX e XX a gravações de Pinduca e Waldemar Henrique, faz parte do projeto “Recuperação e difusão do acervo musical da coleção Vicente Salles da Biblioteca do Museu da UFPA”, que recentemente abriu as portas para o público, depois de um longo período entre aquisição, digitalização e catalogação das obras.
A coleção foi adquirida pela universidade ainda em 1984, e traz documentos datados de 1880 aos dias atuais. “Todo esse material esteve muito bem guardado ao longo dos anos, mas era preciso organizá-lo para conhecê-lo mais profundamente e também para facilitar a consulta a todo esse registro histórico”, explica o maestro Jonas Arraes, coordenador do projeto, desenvolvido de 2007 a 2009, com subsídio do Governo Federal por meio da Petrobras e da Lei Rouanet do Ministério da Cultura.
Uma equipe composta por mais de 20 profissionais, entre musicólogos, bibliotecários, fotógrafos e técnicos de diferentes áreas atuou nas diversas etapas de preservação e organização do acervo.
Agora disponível para consulta pública, um tesouro ao alcance das mãos: 1.064 partituras manuscritas higienizadas; 2.058 partituras editadas catalogadas; 396 partituras originais digitalizadas e convertidas em arquivos de áudio em formato MP3 e WAV; um levantamento biográfico que identificou 70 paraenses dentre os 562 compositores cujas obras compõem o acervo; e ainda 461 LPs, 117 vinis compactos, 175 vinis de 10 polegadas e 129 fitas de rolo magnético digitalizadas e gravadas em CDs.
“O acervo espelha o estilo de pesquisa do professor Vicente Salles. É um acervo de historiador”, diz Arraes sobre o vasto material inteiramente recolhido por Salles e que, além de registros musicais, traz ainda livros, periódicos, correspondências e vários documentos sociais e culturais.
“Calculamos mais de quatro mil documentos e mais de 70 mil recortes de jornal sobre temas como música, folclore, negro, artes cênicas e literatura, além de uma coleção de cartuns, fotografias de época, cordéis, peças de teatro do repertório nacional, teses, folhetos e cartazes”, diz Carmen Affonso, organizadora do material.
Material guarda registros preciosos
O acervo traz registros dos principais compositores paraenses e residentes na capital paraense durante a época da borracha, como Paulinho Chaves, Eulálio Gurjão e Meneleu Campos. “Os discos revelam muitas obras e interpretações importantes, como a de ‘A Casinha Pequenina’, de Bidu Sayão”. Música que, aliás, é de autoria do paraense Bernardino de Souza, como comprovam os documentos da Biblioteca do Museu. “Temos a primeira edição, ainda da década de 1920. Hoje essa música é de domínio público, mas sempre foi atribuída a um compositor sulista. No entanto, guardamos uma partitura original como prova de que a composição é de um paraense”, conta Carmem.
“Esse acervo traz um registro precioso. Nós temos parte da história da música paraense atualmente renegada ao esquecimento. É um período cultural ímpar e riquíssimo, discutido hoje com muita superficialidade nas escolas”, diz Jonas Arraes, salientando as obras raras da coleção: partituras manuscritas do século XIX, partituras editadas no período da Belle Époque, fitas de rolo e os discos vinis de 78 rpm com gravações de melodias e entrevistas com compositores e músicos. “Esse material, muitas vezes, é singular. Além disso, o ineditismo e a originalidade de várias obras garantem sua raridade”, afirma o coordenador do projeto.

Serviço
A coleção Vicente Salles está disponível para consulta de segunda a sexta, de 9h às 17h, na Biblioteca do Museu da UFPA, localizada na Avenida José Malcher. Informações: 3242-6240 / 3242-6233. (Diário do Pará)

Fonte: www.diarioonline.com.br 17/05/2011

É tempo de visitar os museus

Mais público, mais arte, mais memória. É o que busca em sua 9ª edição a Semana Nacional de Museus, aberta ontem em todo o país. Integrante do evento há oito anos, o Museu da Universidade Federal do Pará, localizado no bairro de Nazaré, foi o palco inaugural da atividade, que contará com programação especial em nove instituições em Belém.
“Ampliamos o horário de funcionamento, estendendo-o também para o final de semana e no período da noite. A semana será um teste para vermos se há demanda para estabelecer a mudança e facilitar o acesso de pessoas que sempre diziam não ter tempo de visitar o museu”, comentou a diretora Jussara Derenji.
Sobre o comparecimento do público, ela conta que o número de visitantes passou de aproximadamente 400 pessoas por ano a 1.000 por mês.
“Tentamos incorporar principalmente o público jovem, criando intimidade com ele, para que depois esse público retorne com a escola e a família”, frisa.
O museu também traz novidades aos visitantes. De hoje até sexta-feira, serão realizadas palestras sobre temas como memória do negro, moda e educação museal. À noite, uma programação musical deve entreter os presentes.
Está em cartaz a exposição “Memória do Mirante”, do artista Armando Queiroz, com registros de vídeos, imagens e textos sobre uma das esculturas mais populares instaladas no Jardim das Esculturas do Museu da UFPA. Durante cinco anos, a obra foi reconstruída por visitantes, artistas e funcionários do local, que davam sempre nova configuração aos blocos móveis. A existência física do monumento, contudo, se encerrou há alguns meses, a pedido do próprio criador.
“Pensei muito se deveríamos prolongar de maneira artificial, por meio de reparos estruturais, o tempo de vida da obra. Preferi então praticar o desapego físico e mantê-la como memória e sentimento, que agora resultou nessa emocionante exposição”, explicou Armando.
A 9ª Semana Nacional dos Museus acontece até dia 22 em dez espaços de Belém: Museu da UFPA, Ecomuseu da Amazônia, Memorial da Justiça do Trabalho da 8ª Região, Museu de Arte de Belém, Museu de Geociências, Museu Paraense Emílio Goeldi, Sistema Integrado de Museus, Ponto de Memória da Terra Firme, União de Ensino Superior do Pará e no prédio do curso de Museologia a UFPA, campus Guamá. (Diário do Pará)

Fonte: www.diarioonline.com.br 17/05/2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Patrimônio - ITEC discute criação de Museu de Engenharia

O Instituto de Tecnologia (ITEC) da Universidade Federal do Pará (UFPA) discutiu, em reunião com outras instituições, a criação de um Memorial de Engenharia, o qual deverá ser instalado no antigo prédio da Ex-Escola de Engenharia, localizado na travessa Campos Sales, próximo à rua Manoel Barata, em Belém. A intenção é restaurar o prédio e resgatar a história do curso de Engenharia da UFPA, o qual  está completando 80 anos de existência.
Participaram da reunião representantes da Reitoria da UFPA, do Instituto de Tecnologia (ITEC), do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-PA), do Clube de Engenharia, do grupo comercial Y.Yamada - atual proprietário do prédio-, de empresas da construção civil, da Faculdade Ideal, de ex-professores da Escola de Engenharia e ex-alunos da turma de Engenharia, Fernando Guilhon, do ano de 1971.
Todos os presentes se demonstraram dispostos a contribuir com a construção do Memorial no antigo prédio, que está intimamente ligado à história da Engenharia no Pará. O encontro desta quinta-feira, 11, foi o primeiro passo para transformar o projeto das instituições em realidade.
 Para o reitor da UFPA, Carlos Edilson Maneschy, a importância do Museu de Engenharia “é resgatar a lembrança, a memória e um passado muito glorioso” da Escola de Engenharia. “Discutir a história do curso de Engenharia é, em própria medida, discutir a história da Universidade Federal do Pará, que nós precisamos cultuar permanentemente”, afirma o reitor.
Parcerias – Segundo a diretora do Instituto de Tecnologia, Emília Tostes, todos os envolvidos têm a mesma origem. “Seja a antiga Escola de Engenharia, seja o Centro de Tecnologia, seja o Instituto de Tecnologia, todos têm a mesma história”, afirma a professora.
Outras reuniões serão realizadas com os diferentes parceiros para que as discussões continuem a avançar, e apresente-se o projeto para todos já nas comemorações de 80 anos da Escola de Engenharia, na Semana do Instituto de Tecnologia 2011 (SITEC 2011), a ser realizada de 19 a 24 de setembro.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Pará, José Leitão Viana, afirmou que a ideia já está sendo divulgada para os mais de 30 mil engenheiros profissionais ligados à entidade e que dará todo o apoio e cobertura a este movimento.
História – O prédio, localizado na travessa Campos Sales, funcionou por 60 anos como a antiga Escola de Engenharia do Pará. A Escola foi criada no ano de 1931, gerenciada pelo governo do Estado do Pará, na época o interventor Magalhães Barata.
“Todos nós que estudamos naquele prédio temos uma relação afetiva muito grande com ele, e estamos agora tentando recuperar isso para trazer para a história da Engenharia”, esclareceu o presidente do CREA-PA e ex-aluno da Escola, José Leitão Viana. (Ascom UFPA)

Fonte: Diario do Pará Online, 16/05/2011, www.diarioonline.com.br

sábado, 14 de maio de 2011

Programações da a 9ª Semana Nacional de Museus em Belém

MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI

Museu e Memória: diversidade é a marca da 9ª Semana de Museus

Confira as atividades programadas pelo Museu Goeldi, em Belém

Agência Museu Goeldi - Com mais de 1.006 instituições inscritas e 3.076 eventos oferecidos em todo o Brasil, a 9ª Semana de Museus, que acontece de 16 a 22 de maio, foi a Semana que apresentou recorde de inscrições. Em 2011, o tema escolhido pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) foi “Museu e Memória”.
O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) participa da Semana com uma programação diversificada, que vai de apresentações lúdico-educativas a exposições, passando por seminários, oficinas e gincana.
A Semana de Museus do MPEG começa dia 15 de abril, com mais uma edição do “Domingo Também é Dia de Ciência”, onde o Serviço de Educação da instituição presenteia os visitantes do Parque Zoobotânico com o ‘Programa Natureza’, onde acontecem atividades lúdico-educativas sobre a ciência produzida no Museu Goeldi, por meio de teatro de fantoches e gincanas. No dia 15 acontece ainda: pintura facial, atelier de pintura e a dinamização de jogos e kits educativos.

Seminário - Com o tema “Museu e Memória: diálogo entre linguagens contemporâneas em espaços museais de ciência” o seminário que acontece nos dias 16 e 17 irá criar um ambiente de discussão sobre a relação entre a memória social e espaços museológicos. Coordenado por Ana Cláudia Silva, do Núcleo de Visitas Orientadas (Nuvop) do PZB, o evento pretende estabelecer relações entre o patrimônio cultural do passado da cidade de Belém e o MPEG, além de  considerar as expressões culturais e a vida cotidiana do indivíduo da região amazônica.
No dia 16, acontecem palestras sobre A cultura Amazônica nos espaços expositivos; Coleções Científicas e suas documentações fotográficas; A contribuição das artes visuais em Museus de Ciência; Cultura imaterial, tradição oral na Amazônia; A documentação de línguas indígenas ameaçadas na Amazônia e Ações para gestão do patrimônio Cultural e Científico no âmbito das políticas públicas. 
Já na terça-feira (17), no período da manhã, será feita uma sessão de vídeos sobre a cultura dos povos indígenas Tekwaeté e Tapi'i'rapé, após a apresentação acontece a palestra Entre a tradição e as novas tecnologias na escola indígena, com a professora Ivânia dos Santos Neves.
Na tarde do mesmo dia, acontecem as palestras Patrimônio histórico e arqueológico e Educação; Patrimônio e Educação em Museus de Ciências; Coleções e Memória Étnica e Tecendo a museologia na Amazônia paraense.

Exposição - No dia 18, quarta-feira, tem início a exposição “Parque Zoobotânico: patrimônio e memória”, que pretende valorizar o Parque Zoobotânico (PZB) como patrimônio histórico de Belém. Organizada pelo coordenador de Comunicação e Extensão do MPEG, Nelson Sanjad, a exposição vai destacar as principais edificações e monumentos, contextualizando sua construção com o uso atual.
Serão montados nove painéis informativos metálicos associados aos principais prédios e monumentos do parque, contendo textos, fotografias e mapas, com fotografias de índios Kayapó, do príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança e funcionários do museu, como Jaques Huber, Ernest Lohse, Emília Snethlage, Carlos Estevão de Oliveira, Rodolfo de Siqueira Rodrigues e Paulo Cavalcante.
A exposição contará com um roteiro para que o visitante possa identificar a localização de cada painel e placa, e vai até o final de outubro. 

Interatividade - Usando equipamentos multimídias e o twitter institucional, o LabCom Móvel - Estudos e Práticas de Comunicação Pública da Ciência na Amazônia  do Serviço de Comunicação Social do MPEG, entre os dias 15 e 20, desenvolve a atividade “Caminhos afetivos da memória na web e no Parque”, onde irá convidar os visitantes do PZB a contar suas lembranças na instituição, pontos preferidos no Parque e percorrer trajetos temáticos – monumentos e ambientes aquáticos.
A
Escola de Biodiversidade Amazônica (EBIO) em parceria com o Labcom Móvel e a equipe de veterinários e técnicos que cuidam do PZB realiza a oficina “Memórias da Biodiversidade Amazônica – a história das plantas e animais idosos do Parque do MPEG”, no dia 18, que será direcionada para estudantes do ensino fundamental e médio, onde pretende-se resgatar e valorizar a história de vida das plantas e animais idosos do PZB.

Gincana - Fruto da parceria entre o Nuvop por meio do Projeto O Museu Goeldi leva Educação em Ciência à Comunidade e o Ponto de Memória do Bairro da Terra Firme, a I Gincana História e Memória do Bairro da Terra Firme, acontece de 16 a 20, no Campus de Pesquisa e pretende obter maiores informações sobre a história e memória do Bairro da Terra Firme, Belém (PA). A Gincana vai divulgar o projeto Ponto de Memória da Terra Firme para a juventude do Bairro.
A atividade será dividida em cinco etapas, onde cada uma tem pontuação específica que será somada ao término de cada tarefa, tendo cada equipe no final do dia, sua pontuação total. O público alvo são jovens de 12 a 20 anos que fazem parte de escolas públicas ou privadas, associações, centros comunitários e grupos culturais.

Lançamentos -. No dia 18, o livro “A Cultura do Barro: Arte e Ciência nas Margens do Rio Trombetas” e o documentário “Filhos do Barro”, resultados do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, que apresenta os resultados de nove anos das Oficinas de Arte e Ciência em Porto Trombetas, Oriximiná (PA). O documentário apresenta as diversas técnicas utilizadas na fabricação de peças de cerâmica e depoimentos de pessoas das comunidades sobre sua participação no Projeto e da equipe envolvida.
No dia 19, o livro “A Coruja de Minerva: A Museu Paraense entre o Império e a República (1866-1907)”, resultado da tese de História da Ciência, do Coordenador de Comunicação e Extensão do MPEG, Nelson Sanjad será lançado no Hall do Museu de Arte Sacra, na cidade velha.

Semana de Museus - Promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) em comemoração ao dia Internacional de Museus (18 de maio). O órgão é responsável pela Política Nacional de Museus e pela melhoria dos serviços do setor – aumento de visitação e arrecadação, fomento de políticas de aquisição e preservação de acervos e criação de ações integradas entre os museus brasileiros.
O Dia Internacional dos Museus foi criado em 1977, pelo Conselho Internacional de Museus (ou Icom, na sigla em inglês) com o objetivo de divulgar a importância dos museus para a sociedade. Em 2010, o Dia Internacional de Museus foi comemorado por 95 países, que realizaram quase 30 mil eventos alusivos à data. O Brasil é o país que mais se mobiliza para comemorar a ocasião. Desde 2003, já foram realizados mais de 9 mil eventos durante as Semanas de Museus no país.
Segundo o Ibram, o Brasil, que no início do século 20, contava com 12 museus, hoje possui mais de três mil instituições mapeadas pelo Cadastro Nacional de Museus.  A Semana Nacional de Museus acontece desde 2003. Em maio de 2004, foi instituída por decreto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Programação completa da 9ª Semana de Museus está disponível em

Texto: Lucila Vilar.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
UFPA - Palestras e visitas guiadas fazem parte da 9a Semana Nacional de Museus
Em celebração ao Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) promove, anualmente, a Semana Nacional de Museus, quando instituições museológicas de todo o país realizam eventos em torno de um mesmo tema. Neste ano, a Semana chega à sua 9ª edição, e a UFPA integra a comemoração por meio de seu Museu de Geociências, que traz uma programação, entre os dias 16 e 20 de maio, com palestras, oficinas e visitas guiadas
Na UFPA, o evento é organizado pelo Grupo de Mineralogia e Geoquímica Aplicada (GMGA), o qual é vinculado ao Museu de Geociências da UFPA, coordenado pelo professor Marcondes Lima da Costa. A partir do tema nacional "Museu e Memória", o evento organizado pelo GMGA busca "aproximar o Museu de Geociências da comunidade, seja ela acadêmica ou não. Temos, também, a oportunidade de promover o ciclo de palestras dentro da temática nacional relacionando os minerais e a herança cultural, tema este que diz respeito a todos nós, independente de nossa formação", explica o professor e coordenador do evento, Marcondes Lima da Costa.
As inscrições para a 9ª Semana Nacional de Museus na UFPA estão abertas até hoje (13), inclusive para aqueles que desejarem participar das visitas guiadas ao Museu de Geociências da UFPA, que conta com um acervo de, aproximadamente, 3.000 amostras de rochas, minerais e gemas de diversos lugares do mundo. Já as visitas guiadas ao Museu de Gemas do Estado, cujo acervo conta a história da joalheria no Pará e dispõe das mais diversas riquezas minerais do Estado, serão realizadas logo após o ciclo de palestras, no Espaço São José Liberto.
As palestras deste ano abordarão diversos temas, como "A perda do patrimônio azulejar de Belém", "Cerâmica: dos minerais aos novos materiais na Pré-História", "Muiraquitãs: Procedência e técnicas de produção", entre outros. Todas as palestras serão realizadas no Espaço São José Liberto, onde pesquisadores da UFPA e de outras instituições, como Museu Paraense Emílio Goeldi e Universidade Federal da Bahia, falarão sobre suas linhas de pesquisas.
SERVIÇO:
9ª Semana Nacional de Museus na UFPA. De 16 a 20 de maio de 2011, no Espaço São José Liberto e no Museu de Geociências da UFPA. Inscrições: até o dia 13 de maio, no Museu de Geociências da UFPA. Informações: (91) 3201-7428 ou pelo e-mail suyanneflavia@hotmail.com

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

3ª Semana de Museus da Unama

Programação (Unama Alcindo Cacela)

Dia 16.05 Segunda-feira - Abertura
Local: Hall de entrada
18:30 - Homenagem -Projeto Memória Vídeos "Vida e obra de Benedito Nunes"

19h - Abertura Oficial
Unama e Núcleo Cultural
Ação Educativa: "Pra gente que tem memória" - Coros Cênico e Infantil da Unama.

19:30h - Abertura da Exposição "Museus Cidadãos".

Dia 17.05 Terça-feira

15:30h - Documentário : "Mestre Nato" - Projeto Memória Vídeos
Local: Sala de Experimentação Cênica - 5º andar Bloco D

16h as 18:30h - Mesa Redonda - "Patrimônio Cultural de Benevides" - Hilma Begot, Secretária de Cultura de Benevides; José Leôncio Ferreira de Siqueira, pesquisador e escrito. Prof. Dr. Márcio Vasconcellos (UNAMA).
Local: Sala de Experimentação Cênica - 5º andar Bloco D

19h as 21:30h - Mesa Redonda - "Memória das Artes Visuais no Pará". Prof. Michel Pinho, historiador e fotógrafo. Prof. Msc. Jorge Eiró. Profª Drª Marisa Mokarzel (UNAMA).
Local: Sala de Experimentação Cênica - 5º andar Bloco D

Dia 18.05 Quarta -feira

15h as17:30h - Mesa Redonda - "Memórias e Narrativas Orais: expressões e manutenção social. Profª Drª Ivania Neves/ Prof. Dr. Paulo Nunes (UNAMA).

Local: Sala de Experimentação Cênica - 5º andar Bloco D

Dia 19. 05 Quinta-feira

8h as 12h - Oficina: "Patrimônio Cultural dentro e fora dos Museus" - Profª Simone Moura
Local: Laboratório de Artes visuais LA 408.

15h as 17:30h - Mesa Redonda - "Museus como referência da memória social" - Profª Msc Janice Lima (UNAMA). Terezinha Resende, Ecomuseu da Amazônia (SEMEC).
Local: Auditório D 200.

18h - Show Musical - "Roda de Tambor" - Rafael Barros e Grupo.
Local:  Hall de entrada (campus Alcindo Cacela)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Lei cria Dia do Patrimônio Histórico e Cultural

O calendário oficial do Estado acaba de ganhar mais uma data, instituída por intermédio da lei n° 7. 515, de 28 de abril de 2011,que cria o Dia do Patrimônio do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Pará. A iniciativa, que tem a chancela do governador Simão Jatene, tem por finalidade valorizar os monumentos históricos do Pará e conscientizar a população sobre a importância que esses símbolos têm para o Estado. Atualmente, o Pará tem centenas de bens materiais e imateriais que foram tombados como patrimônio histórico cultural, entre os quais o Mercado do Ver-o-Peso, a Igreja da Sé, o carimbó e a guitarrada.
A partir de agora, o dia 5 de novembro será dedicado especialmente a todos os bens culturais do Estado. Para a diretora do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Pará (Dephac), Taís Toscano, há uma preocupação cada vez maior  por parte da população quanto ao patrimônio cultural. O número de pedidos de tombamentos que chegam todos os dias ao Dephac comprovam isso. E nesse sentido, a iniciativa do governador vai ao encontro de todos os esforços feitos por quem atua nessa área para garantir a preservação do rico e vasto acervo histórico paraense.

Tombamento
Existem dois tipos de patrimônio: material e imaterial. O patrimônio material protegido pelo Iphan é composto por um conjunto de bens culturais, que podem ser imóveis - como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais - e móveis, como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. Já os imaterias são definidos pela Unesco como as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. (Agência Pará).

Fonte: www.diarioonline.com.br 04/05/2011