quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SERIE IMAGENS DO PATRIMÔNIO: Cemitério Nossa Senhora da Soledade.

O cemitério de Nossa Senhora da Soledade é um dos maiores símbolos da cidade de Belém. Sua trajetória é repleta de narrativas fascinantes e fortemente ligadas à cultura local.
Um cemitério representa morte, dor, superstição, religiosidade; mas proporciona história, arte, paz e, em tempos recentes, até turismo.

O cemitério foi construído em meados do século XIX envolto a tribulação que a população se encontrava devido às conseqüências das epidemias que rodeavam a cidade, havendo a máxima urgência da higienização pública e, desta forma, até os tradicionais enterros na igreja, praticados pelos ricos foi proibido, enquanto os costumes regionais, como rezadeiras e benzedeiros, passaram a ser praticadas por todas as classes.

Os jornais da época divulgavam receitas médicas e populares na tentativa de suprir a carência dos profissionais da saúde.
Em dezembro de 1850, o Soledade passa a ser propriedade da Santa Casa e, em 1880, teve suas funções suspensas devido a comprovação de que seu solo era impróprio para enterramentos.
O cemitério tornou-se um espaço artístico, com mausoléus importados da Europa, esculturas de mármore, as grades de ferro inglês e pedras de cantaria portuguesa. Proporcionando uma visão panorâmica da divisão social dentro do campo santo.
Atualmente, o cemitério é aberto para as práticas religiosas que levam inúmeros fiéis a visitações para pedidos e agradecimento.
O projeto de transformá-lo em museu a céu aberto será uma oportunidade de grandes perspectivas, principalmente para o paraense, que terá a oportunidade de conhecer o grande número de personalidades, como o General Gurjão, herói da guerra do Paraguai e Honório José dos Santos, fundador do jornal “13 de maio”, o Senador e Historiador, Manuel Barata e a escrava Preta Domingas.

Homens, mulheres e crianças que, apesar de enterrados num espaço que ocupam uma quadra inteira no cemitério, suas histórias ultrapassam estes limites.

TEXTO: AURICELY AMINTAS (ASAPAM)
Auricely Amintas é Historiadora especialista em Patrimônio Cultural e Educação Patrimonial. Atualmente desenvolve pesquisas referentes ao Cemitério da Soledade. 









IMAGENS: MAURO ÂNGELO
Mauro Ângelo iniciou sua carreira ao findar dos anos 80, tendo sua formação adquirida a partir das oficinas fotográficas da Fundação Curro Velho. Também possui vasta experiência com trabalhos de laboratório fotográfico, área em que atuou por mais de uma década.
Em 2006, foi contratado pelo Museu Paraense Emílio para atuar no projeto "Coleção Fotográfica", recebendo treinamento técnico pela FUNARTE. Atualmente presta serviços como fotojornalista, no jornal paraense "Diário do Pará" e em outras empresas da áreas de comunicação social.
Contato: mauroange@gmail.com

2 comentários:

  1. Belas imagens! Ótimo texto! Parabéns! A educação do Pará agradece. Divulgarei o Blog entre meus alunos!

    Bárbara, Professora de História da Rede Pública do Estado.

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  2. Boa tarde.
    Ótima iniciativa!!
    Quando será 2º Encontro dos Amigos do Soledade?

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