sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ato em defesa da Memória


A partir da denúncia feita pela funcionária do Arquivo Público do Estado do Pará na semana passada (publicada nas redes sociais e reproduzida aqui no blog), a sociedade civil está organizando através das redes sociais um Ato Público em repúdio ao descaso com que nossa memória e história estão sendo tratadas pelos orgãos públicos. Iniciativas como essa, a exemplo do ato público #OlhosDoPatrimônio realizado no início do ano no Casarão Ferro de Engomar, mostram que a população está sim atenta à falta de atenção dispensada ao nosso patrimônio tanto em âmbito municipal quanto estadual e federal.

Está sendo realizada também petição pública eletrônica endereçada ao Ministério Público do Estado, exigindo respeito e providências dos orgãos competentes quanto a tais situações; tal petição pode ser acessada através do link http://t.co/3n2YZbBI.

A Associação de Agentes de Patrimônio da Amazônia apoia, divulga e comemora tal iniciativa que dá força à luta pela defesa da nossa cultura, memória e história.


"O APEP é o guardião de cerca de 4 milhões de documentos que correm risco de serem queimados por falta de manutenção... do prédio, especialmente da fiação elétrica. Precisamos nos mobilizar enquanto há tempo de pressionar a SECULT e o Estado a fim de que evitem esta tragédia. Organizem seus horários, não deixem de participar, pois, como é sabido, somos para o Estado apenas um titulo eleitoral. Leve o seu. Exija respeito e faça valer o seu direito de ter acesso a memória do seu país e seu dever de proteger esta memória."
 



"Construído em 1858 para ser a sede do Banco Comercial do Pará, o local onde funciona o APEP é um importante monumento arquitetônico do estado. Sua função de guarda de documentos produzidos pelo antigo Estado do Grão-Pará e Maranhão e, posteriormente, Estado do Grão-Pará e Rio Negro, data de 1894, sendo oficializada no ano de 1901, quando foi criada a Biblioteca e Arquivo Público do Pará. Apenas em 1986, a biblioteca e o arquivo se separaram, gerando unidades autônomas. Ao longo de sua história, o APEP constituiu-se como o mais importante arquivo histórico da Amazônia e um dos mais destacados do Brasil."


O ATO OCORRERÁ ÀS 9H E 30 MIN., NO DIA 31/05, EM FRENTE AO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Diálogos com o Patrimônio - MAIO

Projeto Diálogos com o Patrimônio: "Territórios do Patrimônio Cultural".
                   Dia: 28 de maio, no horário de 15 às 17h.
Local: Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP) - Palácio Lauro Sodré, Pça. D. Pedro II, s/n, Cidade Velha.

A expressão “Patrimônio Cultural” designa um conjunto de bens relacionados com a vida de uma sociedade desde seus aspectos simbólicos, materiais, naturais, memoriais e de ocorrência no cotidiano. Designa, portanto, um conjunto de bens de importância para a cultura e para as memórias coletivas dos grupos que, no dia a dia, compõem uma sociedade.
Desta forma, o Patrimônio Cultural não existe apenas como forma de lembrar o passado, mas como conjunto de bens que, continuamente, lembra as pessoas que vivem no presente sobre a passagem do tempo, sobre as transformações que a sociedade experimenta ao longo de sua história.
Estes bens existem, sem dúvida, em espaços consagrados da preservação da memória histórica – arquivos, museus, bairros históricos, monumentos e galerias de arte. No entanto, sua existência pode ser percebida em diferentes locais e em manifestações que, muitas vezes, sequer desconfiamos: no nome das ruas, nas cartas pessoais e fotografias, nas histórias contadas pelos moradores mais antigos, no idioma e dialetos, em linguagens como o cinema e a música, na forma com que as escolas ensinam seus alunos a se relacionarem com o espaço da cidade ou mesmo em bairros periféricos.
Em suma, o patrimônio cultural é constituído de seus territórios: eles não são somente espaços em que se concentram “coisas antigas”, mas lugares que a sociedade e seus grupos escolhem preservar por remeterem a acontecimentos importantes para suas vidas coletivas; mas, são também “lugares” simbólicos, não apenas relacionados com a ideia de preservação física, mas de lembranças de acontecimentos, de histórias particulares e de criações da cultura que, de várias formas, guardam memórias que o presente precisa reviver e discutir para continuarem existindo.
O projeto Diálogos com o Patrimônio: Valorizando Memórias e Construindo a Cidadania Cultural, ação do Programa de Educação Patrimonial do DPHAC/ SECULT, que no mês de maio propõe o debate sobre os Territórios do Patrimônio Cultural, pretende refletir sobre esses aspectos abordando os diferentes espaços, materiais e simbólicos, em que nosso patrimônio paraense se expressa e interage.

Público-alvo: Instituições de Governo, Instituições de Ensino e Instituições de Pesquisa, Secretarias Municipais de Educação, Cultura, Turismo e Meio Ambiente, moradores e trabalhadores de centros históricos, agentes de cultura, representantes da sociedade civil organizada interessados em patrimônio cultural

O Arquivo Público do Pará em risco (mais uma vez)

O Arquivo Público do Estado do Pará está cada vez correndo maior perigo.
Esta madrugada ocorreu um curto circuito em virtude de sua fiação ser tão histórica quanto sua documentação e por muito pouco não pegou fogo. Sai governo, entra governo e nada é feito para que o Arquivo tenha um pouco mas de atenção, respeito e ser valorizada como um lugar onde é guardada a memória de um estado, de um país.
Onde estão os historiadores que reclamaram de uma ação que era a preservação de uma documentação, Período Colonial, que estava correndo perigo de acabar e que foi preciso a Associação doa Amigos do Arquivo Público através de um projeto conseguiu verba para que fosse restaurada e digitalizada?
Acaso esses mesmos historiadores não tem palavras quando se trata da segurança de todo um acervo?
Por quanto tempo vamos esperar para que uma tragédia venha acontecer para que tenham alguma reação diante da sociedade?
Depois do acontecido serão apenas palavras perdidas, fogos de artifícios. Vários Memorandos foram enviados a secretaria a qual o Arquivo pertence para que seja feito algo, NADA FOI FEITO, SEMPRE COM PROMESSAS E PROMESSAS E, MAS PROMESSAS.
É preciso tomar uma atitude e se nós funcionários públicos que trabalham no Arquivo Público do Estado não tem nenhuma força diante deste governo quem sabe ELEITORES não conseguem alguma coisa.
Documento é a base de tudo, é a comprovação de uma existência. Onde vocês acham que começa um ato legal, ou a construção de um governo, ou um prédio que tantos SÓ se preocupam em conservar, ou um acontecimento importante? È no papel, e no documento...
Tenho que ressaltar que o Diretor do Arquivo Público tem tentado chamar a atenção para todos os problemas existentes no Arquivo, mas a insensibilidade de nossos gestores, nada é realizado. Para mim já está chegando à incompetência.
Se Alguém tem medo de falar algo eu não tenho. Vamos lá gente vamos pressionar vamos fazer algo ou quatrocentos anos de historia vão virar cinza.



Texto divulgado no Facebook na sexta feira, dia 18/05/12, escrito e compartilhado por Ethel Valentina Soares – Funcionária Publica lotada no Arquivo Público do Estado do Pará - Matricula 57207900-1

sábado, 19 de maio de 2012

Prédio em Bragança será restaurado

Técnicos do Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado de Cultura visitaram o prédio da Escola Mâncio Ribeiro, em Bragança, para avaliar o prédio inaugurado em 1908 e que foi inteiramente saqueado. O diagnóstico será repassado para a equipe de projetos da Secult, que será responsável pelo restauro. A engenheira Vanda Luz, que diagnosticou a edificação em 2008, ficou chocada com a degradação sofrida pelo prédio ao longo de quatro anos, período em que teve todas as portas, janelas, assoalhos e arremates em madeira saqueados, além de grande parte do telhado. “É uma pena que não tenha havido segurança, pois muitas peças que estavam cotadas para restauro já não existem mais, o que vai encarecer o projeto bem mais que antes, a começar pelo custo do assoalho em madeira de lei”, explicou.
A ação faz parte do projeto do Governo do Estado de reformas e revitalizações  de escolas em vários municípios. Como em Bragança, trata-se de uma escola cujo prédio é um patrimônio histórico, a incumbência de recuperar o prédio da Escola Mâncio Ribeiro foi destinada à Secult, que dispõe de técnicos especializados em restauro. A Mâncio Ribeiro foi a primeira escola de ensino formal e referência em educação no município, até a década de 90. Lá estudaram bragantinos ilustres como as escritoras Lindanor Celina e Maria Lúcia Medeiros e o artista plástico Valdir Sarubby.

Patrimônio natural no Amazonas ameaçado


O ministro Dias Toffoli concedeu uma liminar, requerida pelo procurador-geral da República, para impedir o início ou prosseguimento de obras na região do encontro das águas dos Rio Negro e Solimões, no estado amazonense, que passa por processo para tombamento no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Iphan).

O tombamento conduzido pelo Iphan é questionado pelo Estado do Amazonas em uma ação de anulação em andamento na Justiça Federal local. A decisão foi tomada na Reclamação (RCL) 12957, proposta no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral para suspender decisão da Justiça Federal amazonense.

A decisão do ministro também determinou a suspensão da ação de anulação ajuizada pelo Estado do Amazonas, por entender que ficou configurado conflito entre o ente federativo e a União, caso em que o julgamento é de competência do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o artigo 102, I, "f", da Constituição Federal.

"A demanda foi proposta pelo Estado do Amazonas contra a União e o Iphan com o objetivo de afastar a submissão de parcela de seu território - em que está situada a paisagem natural notável apontada pela autarquia federal como de relevante valor ambiental (Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões) - ao regime especial de uso, gozo e disposição imposto pelo instituto do tombamento", afirmou Dias Toffoli.

Fonte: Tv Justiça - Notícias

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Centro histórico protegido

Centro histórico protegido (Foto: Adauto Rodrigues)

O Diário Oficial da União publicou quinta-feira (10) uma portaria do Ministério da Cultura que homologa o tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico dos bairros da Cidade Velha (foto) e Campina, no centro histórico de Belém. A área tombada forma o núcleo de povoamento inicial da cidade. A ocupação da região remonta à conquista da foz do Rio Amazonas, no início do século 17. No apogeu do ciclo da borracha, entre 1890 e 1920, Belém foi uma das cidades mais prósperas do mundo.
Antes desta decisão, o centro histórico de Belém possuía 23 bens tombados em nível federal, com cerca de 800 imóveis protegidos. Com a proposta aprovada pelo Conselho, 2,8 mil edificações passam a estar sob a proteção do governo federal. A área protegida alcança três mil edificações nos bairros de Cidade Velha e Campina. O processo de tombamento foi elaborado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), vinculado ao Ministério da Cultura.
De acordo com parecer do Departamento de Patrimônio Material do Iphan, os dois bairros, protegidos por elementos naturais como baía, igarapé e alagadiços, constituem, ainda hoje, um dos maiores e mais íntegros conjuntos urbanos do país, segundo informa o site da instituição.
Para o tombamento, levou-se em conta, ainda, que o conjunto formado pela trama da cidade consolidada entre os séculos 17 e 18 – com igrejas e suas torres, largos e praças, coretos, mercados e feiras - em interação com a Baía de Guajará, é suficientemente expressivo para retratar a história urbana de Belém. O centro histórico é um cenário que remonta ao ano de 1616, quando os portugueses expulsaram, definitivamente, os franceses do território brasileiro e a cidade de Belém tornou-se o elemento de ligação entre o Rio Amazonas e o mar, possibilitando a posse de toda a Amazônia.
Graças à posição estratégica, a capital paraense foi transformada, à época, no maior entreposto comercial das riquezas produzidas na região.

Foto: Adauto Rodrigues

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ambientes de museus: uma semana nacional dedicada à Cultura

Com uma série de quatro oficinas sob o tema geral "Reconfigurando os Museus: Problemas, desafios e recursos criativos", o Museu Goeldi marca sua presença na Semana Nacional de Museus. Entre os dias 16 e 18 de maio, compõe a programação da 10ª. versão de uma semana dedicada à cultura nacional. As oficinas serão realizadas no Parque Zoobotânico do Goeldi, em Belém.
Autoria, imagens e museus - A produção autoral em museus, sua divulgação e as possíveis formas de apropriação na perspectiva da proposta de atualização da lei autoral são pontos de discussão em oficina denominada "Imagens, sons e outros dados: quem nos protege?", a ser ministrada pelo advogado Antonio Pinheiro, com atuação no Museu Paraense Emílio Goeldi.
A oficina compõe conjunto de iniciativas a serem realizadas ao longo da Semana Nacional de Museus 2012, programação do Ministério da Cultura através do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) da qual o Museu Goeldi participa anualmente.
Segundo Antonio Pinheiro, o Ministério da Cultura que coordena a revisão da Lei Autoral visa a contemplar os múltiplos interesses envolvidos na economia da cultura. Isso exige um diálogo com a sociedade brasileira para compatibilizar as conquistas sociais possíveis pelo acesso à informação facilitado pela internet, mas sem perder de vista o devido respeito aos direitos autorais.
A oficina, ministrada por Pinheiro, com a ação direcionada a museus repousa na discussão da produção autoral, a apropriação e o uso por terceiros dos ativos materiais e imateriais presentes nos produtos, e que não se revertem em beneficio para os museus que detém a guarda e manutenção do acervo. Uma parte interessada na apropriação são as comunidades locais em particular no que se refere ao conteúdo imagético presente nos acervos museais.
Educação inovadora - "Propostas educativas inovadoras nos museus atuais: desafios face à realidade local e global" esse é o tema de outra das oficinas programadas pelo Goeldi para a Semana Nacional de Museus. Para as ministrantes as educadoras Lúcia Santana e Ana Cláudia Silva, "A educação é a base dos museus, faz parte da matriz do desenvolvimento museal contemporâneo que tem como tripé a informação, a educação para todos e a transformação da realidade a partir do gerenciamento do conhecimento".
Toda ação em prol do patrimônio serve para repensar o sistema cultural das instituições museológicas e suas ações em prol do desenvolvimento humano, defende Lúcia. Para ela, o desafio das instituições da Amazônia Brasileira é ainda maior já que é necessário conciliar as metas referendadas no plano das políticas culturais com a valorização e o reconhecimento das identidades culturais, a democracia e a inclusão social.
A proposta da oficina coordenada por Lúcia Santana é de "Rever a missão, os princípios, o (re) fazer museal e o impacto na sociedade, para que não percamos o foco do que, como e para que preservar", conclui.
Idealizada e coordenada por Carlota Brito, da Coordenação de Museologia (CMU), a programação de oficinas do Museu Goeldi para a 10ª Semana Nacional de Museus, busca refletir sobre o papel dos museus na atualidade. As atividades são direcionadas para professores e estudantes, dos campos da museologia, educação, turismo, direito e artes.

Oficinas – A programação conta com duas outras oficinas, que também serão realizadas no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. "Planejamento e produção de sinalização educativa", será mediada por Carlota Brito e Ana Cláudia Silva (CMU/MPEG), no dia 17 de maio, no horário de 9h às 12h. Já "Conhecer, conservar e preservar: tratamento de acervos etnográficos" é a oficina coordenada por Suzana Primo e Rute Cortez, da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi. Elas vão abordar no dia 18, também de 9h às 12h, a legislação e a segurança de acervos etnográficos, além da preparação técnica desde a descrição, passando pela climatização, armazenamento, manipulação até o sistema de limpeza.
Ministrada por Antônio Pinheiro, do Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia (NIT Amazônia/MPEG) "Imagens, sons e outros dados: quem nos protege?", acontece no dia 17,das 14h às 17h.
Ana Cláudia Silva e Lúcia Santana (CMU/MPEG) apresentam, no dia 18 à tarde, "Propostas educativas inovadoras nos museus atuais: desafios face à realidade local e global".

Semana Nacional de Museus – A Semana Nacional de Museus acontece anualmente para comemorar o Dia Internacional de Museus (18 de maio), data comemorativa criada pelo Conselho Internacional de Museologia, há 35 anos. Palestras, oficinas e exposições entre outras atividades são realizados por museus e instituições em todo o Brasil durante a semana. O tema da Semana que, este ano ocorre de 14 a 20 de maio de 2012, será "Museus em um mundo em transformação: novos desafios, novas inspirações". O evento é promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibraim) e Ministério da Cultura (MinC).

Serviço
As inscrições para as oficinas já estão abertas e seguem até o dia 14 de maio. Para cada oficina são disponibilizadas 20 vagas. As inscrições podem se feitas presencialmente na Coordenação de Museologia (CMU), na Av. Magalhães Barata, 376, por telefone e e-mail. Contatos: 3182-3250 / 3182-3253

Fonte: Museu Goeldi

Janelas do passado, Espelhos do presente