terça-feira, 2 de agosto de 2011

Comércio livre de camelôs

Rua santo antônio deverá ser desocupada dia 22.

Prefeitura vai cobrar reformas em fachadas de prédios.


Apartir do próximo dia 22, nenhum vendedor ambulante
 poderá ocupar a Rua Santo Antonio, no centro comercial de Belém. A determinação da Secretaria Municipal de Economia (Secon) foi acatada pelos trabalhadores do mercado informal, que tiveram uma semana a mais para ficar na avenida, pois a desocupação estava agendada para 15 de agosto. A prorrogação do prazo deu à Prefeitura mais tempo para concluir a infraestrutura nos novos espaços que serão ocupados pelos 180 trabalhadores que estão na Rua Santo Antonio, todos no centro de Belém. O principal deles tem quase 200 metros quadrados e receberá cerca de 130 trabalhadores, na Rua 28 de Setembro, entre Avenida Presidente Vargas e 1º de Março. Chamado pelos trabalhadores de Salmo 28, uma súplica a Deus, o espaço já está calçado, pintado, e já dispõe de dois banheiros químicos. A mudança deste primeiro contingente está prevista para 21 de agosto, conforme acerto entre a Secon e a Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém.
Segundo explica o diretor-geral da Secon, Luis Carlos Silva, o Lula, os demais ficarão em outros dois outros locais: a Praça Barão de Guajará e o Espaço Palmeira. Lula diz que os vendedores de mídias piratas deverão comercializar produtos legais para ter direito à realocação. "Vamos dar uma oportunidade aos trabalhadores que comercializam mídias piratas, desde que passem a vender mercadorias legais, como roupas, bijuteiras, e importados", adverte. A desocupação dos principais logradouros da Campina faz parte do projeto de ordenamento do centro histórico de Belém, que fará na Rua Santo Antonio a primeira via coberta da cidade.
A ideia, segundo Lula, é dar ao centro comercial de Belém ares lusitanos, como na Belle Époque. Para isso, a Secon conversa com empresários do entorno, para a restauração das fachadas dos estabelecimentos comerciais ao longo da Rua Santo Antônio, eliminando-se as placas de apelo visual. Lula diz que o projeto está sendo avaliado por órgãos responsáveis pelo patrimônio histórico, como o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). "A prefeitura vai recuperar toda a infraestrutura da área. Queremos que os empresários restaurem suas fachadas, retirando os letreiros inadequados, e que trabalhassem com um layout similar aos prédios de Lisboa", diz ele.

Cerca de 570 trabalhadores deverão ser realocados em novos pontos de vendas até o final do ano, informa o presidente da Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém, Ray Moraes. "Vamos começar pela Rua Santo Antonio, com 180 camelôs. Em seguida serão remanejados os da Rua João Alfredo, que formam um grupo de 260 pessoas. Por último, mais 130 ambulantes devem deixar a Rua Padre Eutíquio", contabiliza. Além do ponto estruturado pela PMB na Rua 28 de Setembro, do Espaço Palmeira e da Praça Barão de Guajará, os vendedores informais também ocuparão um prédio na Rua João Alfredo, o Shopping Real, próximo à loja Visão.

Ambulantes concordam com mudança, mas querem garantias

A realocação dos trabalhadores informais do centro comercial de Belém foi acatada pela categoria, mas ainda há pontos pendentes, segundo o presidente da Associação dos Ambulantes do Centro Comercial de Belém, Ray Moraes. Faltam atrativos nos locais para onde os ambulantes estão sendo transferidos. "Para dar certo, é preciso que a Prefeitura crie subsídios como agências bancárias, farmácias, lotéricas e postos de emissão de documentos. Nosso trabalho é venda por impulso, ou seja, ninguém sai de casa pensando em visitar um camelô", diz ele.
Ele defende também a criação de alternativas, que resguardem os trabalhadores contrários à mudança. "A maioria dos camelôs quer ocupar o Shopping Real. Mas alguns preferem sair do centro comercial, indo para as feiras livres. Outros, pretendem montar o próprio negócio em casa, com o financiamento do Fundo Ver-o-Sol", pontua. O tempo para tomar decisões, segundo avalia Moraes, é curto. "A previsão de entrega da obra no Shopping Real é setembro, ou seja, até o Círio, nenhum ambulante poderá ocupar as vias ordenadas pela Prefeitura", lembra.
Ray Moraes disse que acompanha diariamente a obra do Shopping Real e espera que o que foi projetado, seja cumprido.

Fonte: www.orm.com.br/amazonia  02/08/2011

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